
O deputado federal Duarte Jr. (PSB-MA), vice-presidente da CPI do INSS, pediu escolta policial após ser ameaçado por Edson Araújo, deputado estadual e correligionário no Maranhão. O caso aconteceu após uma sessão da comissão na última segunda-feira (3), quando Duarte acusou Araújo de ter recebido quase R$ 5 milhões por meio da Federação das Colônias de Pescadores do Maranhão e defendeu a expulsão dele do partido.
A reação veio pouco depois. Ainda no mesmo dia, Duarte recebeu mensagens no WhatsApp em que Araújo partiu para o ataque com insultos e ameaças. "Palhaçada. Quer aparecer. Lugar de palhaço é no circo", escreveu o deputado estadual. Ao responder pedindo respeito, Duarte ouviu: "Nunca recebi nada de aposentado. Nós ainda vamos nos encontrar."
A conversa prosseguiu com novas ameaças. Ao questionar se estava sendo ameaçado, Duarte recebeu a resposta direta: "Tô, por quê? Você é um m. irresponsável." Diante da escalada, Duarte afirmou: "Deputado, suas agressões e ameaças só demonstram o quão errado você está", ao que Araújo retrucou: "Você vai ter que provar tudo que falou ou vai se arrepender". "O que você vai fazer?", perguntou Duarte. "Você vai saber", respondeu Araújo.
Diante da gravidade da situação, o deputado federal registrou boletim de ocorrência na quinta-feira (5) e formalizou o pedido de escolta ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). No documento, Duarte destaca: "Considerando a natureza da ameaça, solicito as devidas providências para a adoção de medidas de proteção e escolta, conforme os protocolos de segurança da Câmara dos Deputados, até que sejam asseguradas as condições necessárias de segurança no âmbito pessoal e familiar."
O caso foi levado também ao presidente da CPI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), que autorizou o pedido de escolta na quinta-feira (6), encaminhando o ofício à Polícia Legislativa da Câmara para que providencie a segurança do parlamentar.
Além da solicitação de proteção, Duarte pediu que a CPI paute dois requerimentos: a quebra de sigilo bancário e fiscal de Edson Araújo, e sua convocação formal à comissão.
Procurado, Edson Araújo não respondeu ao contato da reportagem até a publicação da matéria.

