O vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, deputado federal Duarte Jr. (PSB-MA), acusou o deputado estadual maranhense Edson Araújo (PSB) de ameaçá-lo durante uma conversa por aplicativo de mensagens.
Segundo Duarte, as ameaças ocorreram após o depoimento do presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira, na segunda-feira (3). A entidade é uma das investigadas pela Operação Sem Desconto, da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU), que apura um esquema bilionário de cobrança indevida de mensalidades de aposentados e pensionistas.
Ferreira chegou a ser preso durante o depoimento à CPMI, acusado de mentir e omitir informações. Segundo o parlamentar, a confederação teria desviado R$ 123 milhões de beneficiários do INSS, e parte desse valor — mais de R$ 3,5 milhões — teria sido transferida à conta de Edson Araújo, além de R$ 1,5 milhão a assessores do deputado.
Duarte afirmou que, após a sessão, recebeu mensagens de Araújo com ofensas e tom ameaçador. “Ele me chamou de palhaço e disse: ‘Nós ainda vamos nos encontrar’. Quando perguntei se estava me ameaçando, respondeu: ‘Estou. Por quê?’”, relatou o deputado.
Diante das ameaças, Duarte registrou boletim de ocorrência junto à Polícia Legislativa Federal e solicitou ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), reforço na segurança dele e da família. Também pediu que o PSB expulse Araújo do partido, além da convocação do deputado estadual à CPMI e quebra do sigilo bancário.
O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), informou que o pedido de proteção foi acolhido e que tanto a Polícia Legislativa quanto a Polícia Federal acompanharão o caso em Brasília e no Maranhão.
A reportagem entrou em contato com o gabinete de Edson Araújo e com a assessoria do PSB, mas ainda não obteve retorno.
