O empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, foi identificado pela Polícia Federal (PF) como o maior financiador da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) durante o período em que ela esteve foragida da Justiça brasileira, entre maio e junho deste ano.
Segundo relatório enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Hang transferiu R$ 5 mil via Pix para a parlamentar em 20 de maio de 2025. O documento detalha as movimentações financeiras da deputada, incluindo recursos obtidos por meio de uma vaquinha virtual.
A PF monitorou transações acima de R$ 500. Entre 8 e 24 de maio, Zambelli movimentou R$ 339 mil entre contas próprias, sendo R$ 336 mil após o início do pedido público de doações, organizado no site carlazambelli.com.br, registrado em nome da própria deputada.
A campanha, chamada #JuntosComZambelli, incluía instruções para transferências bancárias e recebeu ampla divulgação em redes sociais alternativas como Gettr e Substack, inclusive em postagens bilíngues com críticas a Moraes e ao STF.
Principais doadores identificados pela PF
- Luciano Hang (empresário, Havan) – R$ 5.000, em 20/05
- LCG Paschoalino Ltda. (transportes) – valor não informado, em 27/05
- Marcos Adolfo Tadeu Senamo Amaro (empresário e colecionador) – valor não informado, em 03/06
- Karina Zupelli Roriz dos Santos (secretária parlamentar de Zambelli) – R$ 3.187,62
- Antônio Aginaldo de Oliveira (marido de Zambelli) – R$ 2.000
- Cristiane de Brum Nunes Marin – R$ 2.000
Antes da prisão, Zambelli já era alvo de inquérito criminal instaurado por Moraes, no âmbito da ação penal 2.428/DF, por tentativa de obstrução de investigações. Durante o período em que permaneceu foragida, a parlamentar divulgou mensagens públicas em que afirmava que voltaria a ser "a Carla que era antes das amarras que essa ditadura impôs".
Atualmente, Zambelli cumpre prisão na Itália, enquanto aguarda decisão sobre o processo de extradição para o Brasil.
