
Condenada por invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) terá seu processo de cassação relatado pelo deputado Diego Garcia (Republicanos-PR). A escolha foi feita nesta terça-feira (17) pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.

Zambelli foi sentenciada a dez anos de prisão, multa e perda de mandato. Com parecer da CCJ, o caso seguirá para o plenário. São necessários ao menos 257 votos favoráveis para a cassação ser confirmada em definitivo.
Diego Garcia, de 40 anos, está em seu terceiro mandato como deputado federal pelo Paraná. Ligado à pauta conservadora, atua como vice-presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Vida e da Família. É crítico do governo Lula e apoiador declarado do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Filiado ao Republicanos, partido do Centrão, Garcia já foi alvo de processo no Conselho de Ética em 2021. Na época, se envolveu em uma discussão acalorada com o então deputado e atual ministro Paulo Teixeira (PT), chegando a puxar o computador dele durante uma audiência sobre o uso medicinal da cannabis. O processo foi encerrado após Garcia pedir desculpas públicas.
Zambelli está na Itália e é considerada foragida - Desde que foi condenada pela invasão ao sistema do CNJ, Carla Zambelli deixou o Brasil e passou a residir na Itália. A deputada teve a prisão preventiva decretada, está com os bens bloqueados, redes sociais suspensas e consta na lista vermelha da Interpol.
Um pedido de extradição já foi encaminhado para trazê-la de volta ao país. Paralelamente, corre o processo de cassação de seu mandato na Câmara. O suplente Coronel Tadeu (PL-SP) foi empossado nesta segunda-feira (16) e assumiu a vaga deixada por ela.
Zambelli é investigada por utilizar indevidamente credenciais de acesso ao sistema eletrônico do CNJ, em ação considerada grave pela Justiça. Além da pena de prisão, seu afastamento da função parlamentar já foi determinado judicialmente.
Com a definição do relator, a CCJ deverá apresentar um parecer sobre a cassação. Se aprovado, o caso será levado ao plenário da Câmara. A cassação só será confirmada se tiver maioria absoluta dos votos, o que representa ao menos 257 deputados.
