
A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada neste sábado (22), gerou reações imediatas no meio político. Desde as primeiras horas da manhã, parlamentares de diferentes espectros ideológicos se manifestaram em tom de indignação ou celebração nas redes sociais, revelando mais uma vez a polarização que domina o cenário político brasileiro.
Na oposição ao governo federal, o clima é de revolta. O deputado federal Luciano Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara, classificou a prisão como “um ataque direto à democracia” e afirmou que haverá resistência. “Colocar Bolsonaro em regime fechado é desumano e injusto, e se algo acontecer a ele sob custódia, a responsabilidade será direta”, disse ao Estadão/Broadcast.
Pouco depois das 6h30, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se pronunciou no Instagram, onde soma 7,7 milhões de seguidores. Ela compartilhou os versículos 1 a 8 do Salmo 121, conhecido como “Cântico da Peregrinação”, em uma manifestação de fé em meio à turbulência política. O gesto reforça sua posição como liderança em ascensão entre os apoiadores bolsonaristas, especialmente diante da possível inelegibilidade do ex-presidente.
Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social no governo Bolsonaro, também criticou duramente a prisão. “É INACREDITÁVEL. Num sábado. Com estado de saúde totalmente comprometido. VERGONHOSO. 26 é logo ali”, escreveu no X (antigo Twitter), sinalizando impacto no pleito de 2026.
É INACREDITÁVEL.
— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) November 22, 2025
Num sábado.
Com estado de saúde totalmente comprometido.
VERGONHOSO.
26 é logo ali.
A deputada federal Carol de Toni (PL-SC), defensora ferrenha de pautas conservadoras, chamou a detenção de “um dos maiores absurdos já cometidos pela justiça brasileira”. Para ela, Bolsonaro é vítima de um processo “absolutamente nulo”. Na mesma linha, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara, afirmou que “Bolsonaro não roubou ninguém”.
Podem fazer o que quiser, @jairbolsonaro sempre será INOCENTE e não roubou ninguém!!
— Sóstenes Cavalcante (@DepSostenes) November 22, 2025
A prisão do Presidente Bolsonaro é um dos maiores absurdos já cometidos pela “justiça brasileira”. O maior líder que a direita já teve, homem que não cometeu crime algum, foi submetido a um processo absolutamente nulo, agora é levado a prisão!
— Carol De Toni (@CarolDeToni) November 22, 2025
Lutaremos até o fim contra essa… pic.twitter.com/jMlN3UXIVt
Já o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) pediu uma reação do Congresso. “Passou da hora de uma reação contundente para frear os abusos e ilegalidades feitos contra a oposição a Lula e ao PT!”, escreveu.
Do outro lado, parlamentares e lideranças de esquerda celebraram a prisão. A ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB) publicou um relato emotivo. “Quem viveu o Brasil sob seu comando, quem temeu, quem perdeu alguém, sabe o que celebramos”, escreveu, junto com uma foto assistindo à prisão ao vivo.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS), ex-ministra dos Direitos Humanos, foi sucinta: “A lei é para todos”. A vereadora Mônica Benício (PSOL-RJ), viúva de Marielle Franco, avaliou a prisão como um marco. “O golpe, que sempre livrou a cara das elites brasileiras, é punido pela primeira vez exemplarmente.”
GRANDE DIA!
— Maria do Rosário (@mariadorosario) November 22, 2025
Bolsonaro preso preventivamente a pedido da PF. A motivação é clara: garantir a ordem pública diante de quem atentou contra a democracia. A lei vale para todos — inclusive para quem tentou colocá-la de joelhos. Hoje é um dia importante para reafirmarmos que o Brasil…
A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) também se manifestou com entusiasmo. “Jair Bolsonaro acaba de ser preso preventivamente e levado para a superintendência da Polícia Federal. Um bom dia desses, hein?!”, publicou, acompanhando com as hashtags #semanistia e #bolsonaronacadeia.
Cenário ainda em movimento - A detenção de Bolsonaro — realizada por ordem do ministro Alexandre de Moraes após avaliação da Polícia Federal de que havia risco à ordem pública — ainda está em fase preventiva e não marca o início do cumprimento da pena de 27 anos e três meses a que o ex-presidente foi condenado em setembro por tentativa de golpe de Estado.
Mesmo assim, a repercussão da medida evidencia os desafios políticos que o Brasil enfrentará nos próximos meses. As reações polarizadas mostram que, para além do aspecto jurídico, a prisão de Bolsonaro terá efeitos profundos no campo eleitoral e nas ruas.

