
Na sessão da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, realizada nesta terça-feira (9), o deputado Pedro Kemp (PT) repercutiu a manifestação do Grito dos Excluídos, realizada no último domingo (7), em Campo Grande e em outras cidades do país. O evento teve como pauta central a defesa da democracia, da soberania nacional e o repúdio à possibilidade de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Kemp, que também é 2º secretário da Casa, destacou que a manifestação na capital sul-mato-grossense ocorreu de forma pacífica, apesar de parte da imprensa ter noticiado a ocorrência de tumultos. “A polícia confirmou que o ato estava autorizado. Houve apenas um pequeno impasse perto do palanque, mas tudo transcorreu bem”, explicou o parlamentar.
O deputado lembrou ainda que o Grito dos Excluídos acontece anualmente desde 1995, sempre no feriado da Independência do Brasil, e que, apesar de contar com o apoio de partidos progressistas, sindicatos, movimentos sociais e diversas categorias, não é um evento organizado pelo Partido dos Trabalhadores.
Críticas à influência estrangeira
O tema central do ato deste ano foi a soberania do Brasil e a resistência a influências externas. Kemp criticou as manifestações em São Paulo que exibiram bandeiras dos Estados Unidos em apoio à anistia para Bolsonaro. “Trump impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, e ainda houve retaliações ao nosso Judiciário. Enquanto isso, bolsonaristas pedem apoio dos EUA e se dizem patriotas. É um contrassenso, uma barbaridade”, disse.
O parlamentar também mencionou o papel de figuras ligadas ao ex-presidente que, segundo ele, atuam do exterior para reforçar o discurso de perseguição judicial. “Aliados de Bolsonaro, como o deputado Eduardo Bolsonaro, alimentam essa narrativa do exterior”, apontou Kemp.
Repercussão entre os parlamentares
Outros deputados petistas também comentaram a mobilização. Zeca do PT afirmou ter saído gratificado do evento. “Quiseram protelar nossa chegada ao palanque, mas vimos muita gente contra a anistia e criticando o governador. Isso mostra o que pode acontecer nas eleições do próximo ano”, avaliou.
Zeca do PT disse que viu muita gente contra a anistia e criticando o governador (Foto: Luciana Nassar)
Já a deputada Gleice Jane (PT), que participou do ato em Dourados, destacou a presença de comunidades tradicionais e trabalhadores. “A comunidade indígena, trabalhadores da terra, professores e moradores da periferia estiveram presentes. Independência significa combater a fome, fazer reforma agrária e defender o Brasil dos EUA. Sem anistia para golpista”, declarou.
Justiça social e política econômica
Em seu pronunciamento, Pedro Kemp também reforçou a necessidade de justiça social e políticas públicas que atendam às demandas da população. Ele defendeu a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, uma alíquota reduzida para rendimentos de até R$ 7 mil e a taxação dos super-ricos.
“Enquanto o povo quer comida, saúde, casa e emprego, os bolsonaristas só querem salvar a pele da família Bolsonaro”, disse Kemp, em tom crítico.
O deputado ainda destacou avanços na política externa do governo Lula, mencionando a abertura de novos mercados para produtos brasileiros. “Com a queda de 18% das exportações para os EUA, ampliamos em 35% as vendas para países como China, Bangladesh e Vietnã. Esse é o caminho para fortalecer o Brasil soberano”, finalizou.
