
A campanha Outubro Rosa foi destaque na sessão plenária da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) desta quarta-feira (1º). Deputados estaduais utilizaram a tribuna para reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo do útero. O movimento é respaldado pela Lei 4.541/2014, de autoria dos deputados Zé Teixeira (PSDB), Mara Caseiro (PSDB) e da ex-deputada Dione Hashioka.

O presidente da Casa, Gerson Claro (PP), abriu a sessão lembrando a relevância da mobilização. “Hoje iniciamos um mês muito importante de conscientização. O Outubro Rosa nos lembra que a detecção precoce é fundamental. Quando descoberta no início, a doença tem até 95% de chances de cura”, afirmou.

Autora da lei que instituiu o Outubro Rosa no estado, a deputada Mara Caseiro fez um discurso emocionado, relembrando sua própria batalha contra o câncer de mama. “Não é apenas uma campanha, é um movimento de cuidado e esperança. Fui diagnosticada e venci a doença. O que aprendi é que informação salva vidas”, destacou.
A deputada apresentou dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), que estima 73 mil novos casos por ano no Brasil, sendo mais de 900 somente em Mato Grosso do Sul. “Infelizmente, muitas mulheres ainda chegam tardiamente ao tratamento. É por isso que aprovamos a lei que consolida o Outubro Rosa como política permanente no Estado, com campanhas educativas e exames preventivos”, explicou.
Ela ainda reforçou o papel da Assembleia em manter o tema ativo durante todo o ano. “Deixo um apelo: cuidem-se. Não deixem o medo adiar o diagnóstico. Nossa missão é garantir que todas as mulheres tenham acesso à prevenção”, concluiu.
Também autor da lei, o deputado Zé Teixeira reforçou a necessidade de ampliar o alcance das ações preventivas. Ele citou um projeto recente em Dourados, com a carreta do Hospital do Amor, que oferece exames e orientações à população.
“Convidamos deputadas para assinar esse projeto comigo porque sabíamos da importância de fortalecer a mensagem com a voz das mulheres. O câncer de mama e de colo de útero são os mais comuns entre elas. E há vacina contra o HPV, então devemos vacinar meninos e meninas desde cedo”, disse.
Zé Teixeira ainda alertou que o Outubro Rosa precisa ultrapassar o mês de outubro. “Essa campanha deve ser diária, especialmente nas periferias, onde o acesso é mais difícil. A prevenção dá quase 100% de chance de cura. Eu sou exemplo disso, fiz prevenção e detectei o câncer de próstata a tempo.”
O deputado Rinaldo Modesto (Podemos) também fez questão de destacar o papel da prevenção, lembrando sua vivência no Hospital Universitário da UFMS. “Das mulheres que morriam de câncer, 44% eram de colo de útero, a maioria por HPV. Muitas precisaram passar por histerectomia. A prevenção precisa ser levada com seriedade, não só em outubro.”
Rinaldo ainda mencionou o repasse de R$ 1,8 milhão em emendas parlamentares para o Hospital do Amor, fortalecendo a estrutura de atendimento e diagnóstico precoce no Estado.
Os deputados concordaram que o Outubro Rosa não pode se resumir a ações pontuais. A mobilização deve estar presente nas escolas, nas unidades de saúde e nas comunidades o ano inteiro, garantindo que o maior número possível de mulheres tenha acesso à informação, exames e tratamento.
Com falas marcadas por experiências pessoais e dados preocupantes, os parlamentares reforçaram que a prevenção continua sendo a melhor forma de enfrentar o câncer.
