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DESFILE

Deputados da bancada da bala criticam desfile da Vai-Vai: 'Demonizou a polícia'

Ala da escola de samba paulista tinha pessoas fantasiadas de policiais com chifres e asas do demônio; deputados alegam 'desvalorização' da categoria no desfile

12 fevereiro 2024 - 16h35
Desfile do Vai-Vai, primeira escola de samba a desfilar no carnaval paulista no sábado, entrou na mira de deputados federais de direita
Desfile do Vai-Vai, primeira escola de samba a desfilar no carnaval paulista no sábado, entrou na mira de deputados federais de direita - (Foto: Alex Silva/Estadão)
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Deputados federais da Frente Parlamentar de Segurança Pública da Câmara, também conhecida como bancada da bala, criticaram o desfile da escola de samba Vai-Vai por, segundo eles, "demonizar" a polícia.

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A escola foi a primeira a desfilar nesse sábado, (10), no sambódromo do Anhembi, em São Paulo. A agremiação levou o enredo "Capítulo 4, versículo 3 - Da Rua e do Povo, o Hip Hop: Um Manifesto Paulistano". Uma das alas era composta por pessoas fantasiadas de policiais do batalhão de choque. Eles usavam chifres e asas vermelho-alaranjadas, fazendo alusão a demônios.

"A que ponto chegamos?", questionou o deputado Alberto Fraga (PL-DF), presidente da bancada da bala e 1º vice-presidente da Comissão de Segurança Pública da Casa.

O rap brasileiro tem origem nas periferias de São Paulo, em grupos mais afetados pela violência policial. Essa arte de rua é historicamente marginalizada por estar inserida numa agenda da população negra. Não é raro, ainda hoje, ver notícias sobre repressões, inclusive por meio do aparato policial, a esses grupos artísticos. Um dos expoentes do rap brasileiro é o cantor e compositor Mano Brown, nome à frente do Racionais MC's e que desfilou pela escola de samba Vai-Vai neste ano.

"Lamentavelmente, vivemos uma sociedade na qual a polícia é desvalorizada e humilhada diariamente", afirmou o deputado Sargento Portugal (Podemos-RJ), para quem a escola protagonizou um "escárnio com esses heróis anônimos da sociedade", em referência aos policiais.

"Eu torço para que uma escola de samba que promove esse tipo de absurdo seja rebaixada. Não há justificativa para fazerem tamanha imbecilidade contra os policiais, categoria que rala diariamente, sob condições precárias, para proteger aqueles que eles nem conhecem", prosseguiu, por sua vez, o deputado Sargento Gonçalves (PL-RN).

Pré-candidato a prefeito de São Paulo, o deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP) disse que a agremiação recheou seu desfile de "bandidolatria" e aproveitou para atacar um de seus adversários nesta próxima campanha, o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP).

Boulos também desfilou pela escola de samba Vai-Vai e afirmou que o enredo em homenagem ao rap nacional foi "histórico".

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi outra autoridade que participou do desfile da escola paulista. No X (antigo Twitter), ele relembrou que seu avô paterno, Lorito, foi um dos fundadores da agremiação. "É a Escola de Samba que faz parte da história da minha família e que é uma das mais vigorosas manifestações da cultura negra da cidade de São Paulo", disse Silvio Almeida, que nesta segunda-feira, 12, desfilará pela Portela no Rio de Janeiro.

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