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POLÍTICA

Conflito na Câmara: Deputados bolsonaristas ocupam Mesa e geram tensão com Lindbergh Farias

Líder do PT protesta contra ação de deputados bolsonaristas, que exigem anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro e mudanças no STF, interrompendo sessão

5 agosto 2025 - 18h45Levy Teles e Alvaro Gribel
Deputados ocupam Mesa Diretora e fazem protesto com esparadrapo na boca
Deputados ocupam Mesa Diretora e fazem protesto com esparadrapo na boca - (Foto: Wilton Junior/Estadão)
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A sessão da Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 5, foi marcada por uma grande tensão entre deputados bolsonaristas e o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ). Cerca de 15 parlamentares aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ocuparam a Mesa Diretora da Casa, com esparadrapo na boca, para impedir o início da sessão. O objetivo dos bolsonaristas era pressionar pela aprovação de propostas como a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, o impeachment do ministro do STF, Alexandre de Moraes, e a emenda constitucional que extingue o foro privilegiado.

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O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou: "Não sairemos daqui até que os presidentes das Casas busquem uma solução para pacificar o Brasil." A atitude foi desafiada por Lindbergh, que criticou a ocupação da Mesa, afirmando que os deputados não tinham o direito de interromper os trabalhos legislativos. "O que estamos presenciando é um sequestro da Mesa do Parlamento, um ataque violento às instituições", disse o petista, que foi empurrado durante a confusão.

O grupo de bolsonaristas permaneceu mudo, com o esparadrapo cobrindo suas bocas, e apenas o removiam temporariamente para beber água ou falar ao telefone. A ação gerou ainda mais tensão, com Lindbergh afirmando que os deputados poderiam ser responsabilizados no Conselho de Ética. "Não vamos aceitar. Estamos aguardando o presidente da Casa para restabelecer a ordem", completou.

Deputado Delegado Caveira (PL-PA) tira esparadrapo para falar ao telefoneDeputado Delegado Caveira (PL-PA) tira esparadrapo para falar ao telefone - (Foto: Levy Teles/Estadão)

Além disso, um grupo de oposicionistas havia anunciado um "pacote da paz" com a proposta de conceder uma anistia ampla aos envolvidos no 8 de Janeiro, apoiar o impeachment de Alexandre de Moraes e aprovar a PEC do fim do foro privilegiado. Eles fizeram uma ameaça: ou essas propostas seriam votadas, ou não haveria mais votações na Câmara e no Senado.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), estava em viagem, mas deveria retornar a Brasília no início da noite para tentar resolver a situação. Lindbergh espera que Motta se imponha diante da ação dos deputados bolsonaristas e recupere o controle da Câmara.

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