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POLÍTICA

Marcos Pollon alega ser autista e diz que não entendeu motim que paralisou Câmara

Deputado é alvo de processo no Conselho de Ética e pode ser suspenso por até seis meses

9 agosto 2025 - 07h00Redação O Estado de S. Paulo
O deputado federal Marcos Pollon (PL-MS)
O deputado federal Marcos Pollon (PL-MS) - (Foto: Divulgação)

O deputado federal Marcos Pollon (PL-SC), um dos alvos de representação que será analisada pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, se defendeu nas redes sociais afirmando ser autista e alegando que, por isso, não compreendeu o que acontecia no momento em que ocorreu o motim que impediu o funcionamento da Casa por mais de 30 horas. O episódio, registrado na última quarta-feira (6), envolveu a resistência de um grupo de parlamentares à retomada da presidência da sessão por Hugo Motta (Republicanos-PB).

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Pollon e o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) foram os últimos a deixar o espaço quando Motta tentou reassumir a cadeira para iniciar os trabalhos. O gesto é investigado como obstrução ao funcionamento do Legislativo e pode render suspensão de mandato por até seis meses.

"Estão dizendo que ele (Marcel van Hattem) sentou na cadeira do Hugo Motta e que ele me incentivou a ficar lá. Isso é mentira. Olhem as imagens. Eu sou autista e não estava entendendo o que estava acontecendo ali naquele momento", declarou Pollon em vídeo publicado nas redes.

Segundo Pollon, ele pediu que Van Hattem o acompanhasse até o local para orientá-lo. "E eu sentei na cadeira do Hugo Motta e ele sentou ao meu lado pois é uma pessoa que eu confio. E falei: 'Me orienta pois pelo que nós combinamos haveria um rito para a desocupação do espaço e esse combinado não foi cumprido. Nós desceríamos antes que o presidente subisse'."

O parlamentar afirmou que o colega estava presente para “dar suporte para um autista”, mas admitiu que havia um acordo para não deixar o espaço sem resposta ao pedido de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. "Várias vezes, pelo vídeo que eu fiz, você pode ver eu falando que eu não estava entendendo e só sairia dali quando nós tivéssemos uma resposta positiva para as vítimas do 8 de janeiro."

Dias antes do motim, Pollon já havia protagonizado outro momento de tensão ao atacar verbalmente o presidente da Câmara. Durante uma manifestação em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), realizada no domingo (3) no Mato Grosso do Sul, o deputado chamou Hugo Motta de “bosta” e “baixinho de um metro e 60”.

A crise escalou após a obstrução no plenário. Hugo Motta decidiu encaminhar ao Conselho de Ética a sugestão de suspensão do mandato de Pollon, Van Hattem, Zé Trovão (PL-SC) e Júlia Zanatta (PL-SC) por até seis meses. Também está sob análise a possível punição da deputada Camila Jara (PT-MS), em processo separado por tratar de um episódio distinto.

Próximos passos no Conselho de Ética

De acordo com apuração do Estadão, outros parlamentares que participaram das ações também serão alvo de análise pelo Conselho de Ética, mas devem receber apenas advertência. Já os cinco citados em representações formais, incluindo Pollon, poderão enfrentar punições mais severas, como a suspensão temporária do mandato.

O processo deve abrir mais um capítulo de desgaste político para os envolvidos e reacende o debate sobre o limite das manifestações e atos de obstrução no Parlamento.

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