
A deputada federal Julia Zanatta (PL-SC) afirmou em uma live no domingo, 29, que está preocupada que o fluxo migratório para Santa Catarina pode afetar o perfil conservador do estado. "Quem chega nem sempre compartilha dos nossos valores", diz a catarinense.

De acordo com o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a região sul, impulsionada por Santa Catarina, teve o maior saldo de entrada de imigrantes do país (362 mil), superando São Paulo.
Para a deputada do PL, o motivo do fluxo migratório é a suposta propaganda feita pela oposição, já que "ninguém acredita na esquerda, então se eles estão falando que lá é ruim, é porque lá é bom", disse Zanatta.
"A esquerda não tem tido sucesso em denegrir nosso estado o suficiente, então eles precisam melhorar e denegrir mais o nosso estado. Nos chamam de fascistas, mas é pra cá que eles querem vir".
Além da preocupação em afetar o perfil conservador do estado, Julia também diz estar apreensiva de que a entrada de imigrantes pressione os serviços públicos do estado:
"Quem quiser migrar para Santa Catarina tem que ser para trabalhar e contribuir, além de respeitar nossas raízes e tradições. Temos orgulho em ser catarinense", afirma.
Segundo a deputada, o estado não irá "construir um muro" para barrar os imigrantes, porém, para ela, "eles não podem vir para cá e votar e na esquerda".
Júlia Pedroso Zanatta é aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e foi eleita deputada federal pelo PL de Santa Catarina nas eleições de 2022 com cerca de 111.588 votos.
No último, a deputada ganhou notoriedade por vender uma boneca com seus traços pessoais, que, segundo ela, espanta o "comunismo e o vírus da revolução". Ainda em 2024 ela foi acusada nas redes sociais de usar uma tiara de flores como uma possível referência estética ao nazismo.
Outra polêmica recente envolve a deputada e o jornalista Guga Noblat. Em 2024 o jornalista a chamou de "Barbie fascista" nas redes sociais, após a parlamentar publicar uma foto empunhando uma metralhadora fazendo referência ao presidente Lula.
A deputada afirmou ao Estadão: "Está liberado chamar os outros de fascistas, mas não pode chamar o Lula de ladrão. Esses são os tristes tempos que vivemos, onde não interessa o que se fala, mas quem fala".
Veja o depoimento da deputada:
