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POLÍTICA

Delcídio é absolvido e anuncia retorno para a vida política nas eleições de 2022

O ex-senador garante que foi vítima de uma aberração jurídica com viés político e pretende reconquistar o que lhe roubaram na "mão grande"

23 agosto 2019 - 14h09Da Redação com Assessoria
Chega ao fim o processo que levou o ex-senador sul-mato-grossense a ser preso em 2015 e perder o mandato em 2016
Chega ao fim o processo que levou o ex-senador sul-mato-grossense a ser preso em 2015 e perder o mandato em 2016 - Foto: Reprodução

Transitou em julgado e terminou em definitivo o processo que tramitava na Justiça Federal contra o ex-senador Delcídio do Amaral, que era acusado de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró.

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Delcídio foi absolvido de todas as acusações, nas duas instâncias judiciais, ficando caracterizado pela Justiça Federal que ele foi vítima de flagrante preparado e executado por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras. Com o trânsito em julgado da absolvição, chega ao fim o processo que levou o ex-senador sul-mato-grossense a ser preso em 2015 e perder o mandato em 2016.

Delcídio do Amaral destacou que foram 3 anos e 8 meses de longas batalhas. "Não foi fácil, mas eu tinha confiança absoluta de que seria inocentado. Tinha convicção disso, fui vítima de uma aberração jurídica, com viés político. Me pegaram como 'boi de piranha' e, agora, fui absolvido por unanimidade", destacou.

Delcídio do Amaral ressaltou que está muito feliz com mais essa vitória na Justiça. "Quero agradecer a Deus, que me deu forças para aguentar essa dura caminhada. Esse episódio me ensinou lições importantes. Só tenho a agradecer de coração à minha família e aos meus amigos. Desejar todo o carinho aos amigos que ficaram ao meu lado, tenho muita gratidão a todos", pontuou.

Vida política

"Quero reconquistar o que me roubaram com a 'mão grande'. Vou voltar para a vida política. Vou me organizar, mas vou fazer tudo com tranquilidade, então, deixo meu retorno para 2022, quando devo decidir em tentar uma vaga no Senado ou no Governo do Estado. Ainda não me decidi", avisou.

No entanto, no dia 16 de agosto, o ex-senador filiou-se nesta semana ao PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) e, em nota, a sigla destacou que o ato faz parte do projeto para expansão da representatividade do partido. O presidente nacional da legenda, Roberto Jefferson, salientou a busca da legenda por quadros que ampliem "condições de competitividade com vistas às futuras eleições, em âmbito estadual e nacional".

A nota que comunicou a filiação do ex-parlamentar corumbaense, publicada no site do PTB, foi ilustrada por foto do novo integrante do partido ao lado de Jefferson e do deputado estadual Neno Razuk. Delcídio concorreu às eleições para o Senado em 2018, pelo PTC (Partido Trabalhista Cristão) e recebeu 4,76% dos votos no Estado, um total de 109.927 eleitores. O agora petebista ficou atrás de seis outros candidatos, entre eles os eleitos Nelsinho Trad (PTB) e Soraya Thronicke (PSL).

A Presidência Nacional do PTB informa ainda que o ex-senador Delcídio Amaral vai assumir a presidência da sigla em Mato Grosso do Sul. O ato deve ser realizado no próximo dia 21 de setembro, em evento do partido. A data coincide com o aniversário de Corumbá, cidade onde Delcídio nasceu e atualmente vive. Natural de Corumbá (MS), Delcídio do Amaral Gómez é engenheiro e ex-senador. Na política, também já foi ministro de Minas e Energia no governo Itamar Franco, secretário de Infraestrutura e Habitação de Mato Grosso do Sul e líder do governo no Senado Federal e no Congresso Nacional.

A denúncia

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, Bernardo Cerveró, filho de Nestor, fez uma gravação em que o ex-senador Delcídio do Amaral prometia ajuda financeira de R$ 50 mil mensais para a família do ex-executivo da Petrobras e honorários de R$ 4 milhões para o advogado Édson Ribeiro, que, até então, comandava a defesa de Cerveró. Em contrapartida, apontavam as investigações, Cerveró silenciaria em sua delação premiada em relação a Delcídio, então líder do governo no Senado; a Lula; ao pecuarista José Carlos Bumlai; ao banqueiro André Esteves e aos demais acusados.

O nome de André Esteves foi mencionado por Delcídio, que insinuou que ele teria interesse em tirar do conteúdo da delação premiada menções a supostas irregularidades envolvendo o banco BTG Factual. A denúncia foi apresentada inicialmente em maio de 2016 pela Procuradoria Geral da República (PGR) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), já que, na época, Delcídio Amaral ainda era senador e, portanto, tinha foro privilegiado na Corte.

Com a cassação de seu mandato, no fim daquele ano, a acusação foi enviada à primeira instância da Justiça Federal em Brasília e chegou a ser aceita, por conter o mínimo de indícios da existência de crimes. Após a abertura da ação penal, no entanto, o Ministério Público Federal concluiu que Delcídio mentiu com objetivo de fechar o acordo de colaboração. Um procurador pediu a absolvição do ex-presidente Lula e de André Esteves nesse processo e a condenação dos outros cinco. O juiz, no entanto, absolveu todos.

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