
O presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), se manifestou nesta quarta-feira, 30, contra as tarifas aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros. Em um posicionamento oficial, Alcolumbre afirmou que a solução para o impasse precisa ser "equilibrada" e destacou a importância de uma atuação coordenada entre os Poderes da República, especialmente o Judiciário, no combate a medidas que prejudiquem a economia nacional.

"O Parlamento está acompanhando de perto todos os desdobramentos dessa questão, trabalhando de forma conjunta com o Executivo e o Judiciário para garantir a proteção da nossa economia e a defesa intransigente das nossas instituições democráticas", declarou Alcolumbre. Ele reforçou a necessidade de se preservar a soberania nacional, "que é inegociável", e defendeu que a cooperação internacional seja priorizada como meio de restaurar a confiança mútua e manter a histórica relação entre Brasil e Estados Unidos.
Enquanto isso, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), também se pronunciou sobre o tema, embora sem citar diretamente as tarifas de Trump. Motta enfatizou que a democracia brasileira depende da "independência e harmonia" entre os Poderes, com a manutenção do equilíbrio entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.
Sanções de Trump e impacto nas relações Brasil-EUA
O governo Trump, além de anunciar a imposição de tarifas de 50% sobre importações brasileiras, sancionou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na mesma data. A medida, que faz parte da Lei Magnitsky, é voltada para punir autoridades de regimes autoritários ou envolvidos em violações graves dos direitos humanos. Moraes se tornou a primeira figura pública de uma democracia a ser penalizada por essa lei.
Além disso, o governo dos Estados Unidos anunciou que quase 700 produtos brasileiros terão isenção da tarifa de 50%, uma medida que pode mitigar parcialmente os impactos econômicos para o Brasil. Entre os itens que estarão sujeitos à isenção estão o café e as carnes. De acordo com uma análise preliminar da consultoria Leme Consultores, as exceções podem reduzir em 41% os efeitos do tarifaço de Trump.
Movimento do Senado para reverter tarifas
Para tentar reverter a imposição das tarifas, uma comitiva de senadores brasileiros viajou aos Estados Unidos no início desta semana. Em nota, a delegação afirmou que todos os encontros e ações durante a viagem estão focados na "reconstrução do diálogo político" entre os parlamentares de ambos os países, buscando encontrar soluções para o impasse e restabelecer a boa relação bilateral.
As novas tarifas devem começar a valer a partir do dia 6 de agosto, caso não haja uma mudança nas negociações. A situação segue sendo acompanhada de perto por autoridades brasileiras, que buscam formas de minimizar os impactos negativos para a economia do país.
