
O que era para ser uma discussão entre candidatos à Prefeitura de São Paulo se transformou em uma verdadeira confusão na noite deste domingo, 15, quando José Luiz Datena, apresentador e candidato pelo PSDB, agrediu o influenciador Pablo Marçal, do PRTB, com uma cadeira, ao vivo, durante o debate promovido pela TV Cultura.

Tudo começou quando Marçal, conhecido por seu estilo provocador, chamou Datena de “arregão”, insinuando que ele desistiria da candidatura. "O Datena não sabe nem o que ele fala aqui. São Paulo quer saber que horas você vai parar com a candidatura, porque você é um arregão", disse Marçal. A fala inflamou os ânimos, e, sem hesitar, Datena partiu para a agressão.
O moderador do debate, Leão Serva, imediatamente chamou os comerciais, tentando conter o clima tenso. Quando a transmissão retornou, Serva anunciou a expulsão de Datena do debate e descreveu o incidente como "um dos eventos mais absurdos da história da televisão brasileira". Marçal também deixou o palco, alegando estar "se sentindo mal" após o ataque.
Pablo Marçal e José Luiz Datena durante o debate ao vivo na TV Cultura, antes da confusão que marcou o evento político
De provocações a agressão - A tensão entre os dois candidatos vinha desde o início do debate. No primeiro bloco, Marçal trouxe à tona uma antiga acusação de assédio sexual contra Datena, questionando-o sobre um caso que envolveu uma ex-repórter do programa Brasil Urgente, em 2019. “Você chegou a tocar nas partes íntimas da vítima?”, perguntou Marçal.
Datena, visivelmente irritado, respondeu que o caso havia sido arquivado e que a pessoa que o acusou tinha se retratado publicamente. "A pessoa que me acusou se retratou publicamente em cartório. Pediu desculpas a mim e para minha família", disse o apresentador. Mesmo assim, o comentário de Marçal foi o suficiente para esquentar os ânimos e criar o clima de confronto.
O que fica depois do caos - A cena chocou os telespectadores e colocou em debate não apenas as propostas para São Paulo, mas também os limites do comportamento dos candidatos. A agressão de Datena mostrou como a temperatura das campanhas políticas tem subido, e como a tensão pode se transformar em violência, ao vivo, na televisão.
O incidente também levanta questões sobre a condução dos debates eleitorais e o nível de provocação que os candidatos estão dispostos a suportar. Para muitos, o episódio ficará marcado não por suas propostas políticas, mas pela cadeira voadora que virou protagonista da noite.
Em tempos de polarização política, o debate se transformou em um espetáculo onde o ataque pessoal parece ter se tornado uma estratégia comum. Agora, a dúvida que fica é se esses episódios contribuirão para melhorar a discussão pública ou se continuarão a afastar o eleitorado das discussões sérias que a cidade de São Paulo tanto precisa.
