
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tentou se esquivar de comentar a reação da presidente Dilma Rousseff após o anúncio do acolhimento do processo de impeachment. "Não vou comentar. Já comuniquei a decisão e está lá escrito. Fui bastante zeloso nas minhas palavras. Cada um tem sua maneira de se comportar", afirmou Cunha ao deixar a Câmara no final da noite desta quarta-feira, 2.

Enquanto Dilma se reunia com assessores e ministros, carros buzinavam quando passavam à frente do Palácio do Planalto, com os motoristas gritando xingamentos contra ela. Vários populares apareceram com faixas de apoio ao impeachment e bandeiras do Brasil.
Cunha anunciou a abertura do impeachment as 18h38 de ontem. Duas horas depois, a presidente fez o pronunciamento no Palácio do Planalto em que se disse confiante de que o processo será arquivado e que não há motivos para a abertura de um processo de impeachment contra ela.
Dilma se declarou "indignada" com a decisão de Cunha. Em curto pronunciamento, ela ainda alfinetou Cunha ao afirmar que não possui conta no exterior e nunca ocultou patrimônio pessoal.
O presidente da Câmara, que deu andamento ao pedido de impeachment nesta quarta-feira, é alvo de investigações pela Procuradoria-Geral da República no âmbito da Operação Lava Jato por supostamente possuir contas na Suíça das quais seria beneficiário.
