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02 de outubro de 2025 - 19h07
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INVESTIGAÇÃO

CPMI do INSS convoca empresário preso acusado de esquema bilionário de descontos ilegais

Maurício Camisotti é apontado como articulador de fraudes que movimentaram mais de R$ 1 bilhão desde 2021

2 outubro 2025 - 16h45Gustavo Côrtes
CPMI do INSS aprovou a convocação do empresário Maurício Camisotti, preso pela PF e acusado de esquema bilionário.
CPMI do INSS aprovou a convocação do empresário Maurício Camisotti, preso pela PF e acusado de esquema bilionário. - Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

A CPMI do INSS aprovou nesta quinta-feira (2) a convocação do empresário Maurício Camisotti, investigado como um dos principais articuladores do esquema de descontos associativos ilegais em aposentadorias e pensões.

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De acordo com as apurações, Camisotti controlava ao menos três entidades que, desde 2021, teriam faturado mais de R$ 1 bilhão com cobranças não autorizadas feitas a beneficiários do INSS.

Entre as entidades envolvidas está a Associação de Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec), que repassou R$ 30,1 milhões ao grupo empresarial de Camisotti e teve recentemente seu acordo com o INSS suspenso por decisão judicial.

Atualmente, o empresário está preso na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, desde setembro, e teve a prisão mantida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Figura central no esquema

A convocação foi solicitada pelo presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), que destacou o papel central do empresário no esquema.
“Camisotti é figura central nos descontos indevidos perpetrados contra beneficiários do INSS, esquema este que movimentou cifras bilionárias nos últimos anos”, afirmou.

Em depoimento prestado à PF, o advogado Fernando Cavalcanti, ex-sócio de Nelson Wilians, disse que Camisotti fazia empréstimos a empresas do grupo de Wilians desde 2018, para cobrir déficits financeiros.

Relatórios de inteligência financeira identificaram R$ 28,1 milhões em transferências entre os dois, parte delas sem lastro. A Polícia Federal suspeita que Nelson Wilians possa ter atuado na lavagem de dinheiro para o empresário.

A defesa de Camisotti nega qualquer participação dele em fraudes ligadas ao INSS.

Convocação de ex-procurador

Na mesma sessão, a CPMI também aprovou a convocação do ex-procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, apontado como facilitador do esquema. Segundo as investigações, uma empresa de sua esposa, Thaisa Hoffmann, teria recebido R$ 11,9 milhões em propina.

A comissão continua ouvindo testemunhas e analisando documentos para apurar a extensão do esquema de descontos ilegais que atingiu milhares de aposentados em todo o país.

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