
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) vai intensificar os trabalhos a partir desta semana. De acordo com o presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), o objetivo é realizar até três sessões semanais para dar conta da “grande quantidade de material” em análise.

A comissão quer avançar na apuração do esquema que aplicava descontos irregulares em aposentadorias e pensões, supostamente com envolvimento de servidores públicos, empresas privadas e até instituições financeiras.
Para a próxima segunda-feira, 8 de setembro, a CPMI planeja ouvir o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi, que chefiava a pasta quando as primeiras irregularidades vieram à tona. A presença ainda não foi confirmada, mas caso não aceite o convite, o ministro poderá ser convocado — o que torna sua presença obrigatória.
O relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), afirmou que a ausência de ministros convidados não será tolerada: “Se não vierem por bem, virão por convocação”, alertou.
A CPMI também deve votar, já nesta segunda-feira, 1º de setembro, um requerimento para solicitar à Justiça a prisão de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", do empresário Maurício Camisotti e de outros supostos envolvidos no esquema de fraudes.
“Já passou da hora de pedir à Justiça para colocar na cadeia os principais envolvidos”, disse o senador Carlos Viana, que classificou os próximos passos da comissão como decisivos.
A comissão também prepara uma nova frente de investigação. Segundo Viana, a atuação de bancos, cooperativas de crédito e financeiras está no centro da segunda fase dos trabalhos. A suspeita é que esses agentes tenham facilitado ou se beneficiado de empréstimos consignados realizados com base em dados obtidos de forma fraudulenta.
“Partiremos para o sistema financeiro e ouviremos todos os responsáveis”, declarou o presidente da CPMI.
A comissão já ouviu investigadores da Polícia Federal e o ministro do STF André Mendonça, relator do caso na Corte, além de ter aprovado uma série de requerimentos solicitando informações de órgãos federais.
