
Investigado por chefiar um esquema que causou prejuízo de mais de R$ 6 bilhões ao sistema de aposentadorias do Brasil, o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, voltou a ser alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS.

Nesta quinta-feira (28), a comissão analisou dois requerimentos que pedem registros detalhados das visitas feitas por Antunes ao Ministério da Previdência e ao INSS, entre janeiro de 2019 e julho de 2025. Os pedidos são de autoria do senador Izalci Lucas (PL-DF), que cobrou mais transparência sobre a atuação do empresário nos bastidores da Previdência.
“É fundamental sabermos nomes, datas, setores e quais servidores ou autoridades receberam esse lobista. Não é aceitável que a comissão fique sem essas informações”, disse o senador.
Fluxo de movimentações financeiras de Antônio Carlos Camilo Antunes, o 'Careca do INSS', apontado como operador de repasses do esquema de fraudes contra aposentados. Foto: Reprodução/processo judicial
Suspeito de liderar fraudes milionárias - Conhecido como operador financeiro do esquema que gerou prejuízo bilionário aos cofres públicos, o “Careca do INSS” é apontado pela Polícia Federal como responsável por intermediar acordos suspeitos com servidores do INSS por meio de suas empresas, especialmente a Prospect Consultoria Empresarial.
Segundo o inquérito, ele repassou cerca de R$ 9,3 milhões em vantagens indevidas a servidores públicos, além de coordenar operações fraudulentas em nome de entidades conveniadas com o Instituto. Ainda conforme a PF, ele era o principal elo entre empresários e o grupo que operava as fraudes.
Além das visitas ao Ministério da Previdência e ao INSS, Izalci apresentou outro requerimento que solicita a lista das passagens de Antunes pelo Senado Federal. Esse pedido ainda não entrou em votação.
Ao todo, a CPI do INSS pretende analisar mais 36 requerimentos relacionados à atuação de órgãos federais e empresas envolvidas na chamada Operação Sem Desconto — investigação da PF que revelou os desvios.
A comissão quer documentos do INSS, Dataprev, CGU, AGU, Polícia Federal, Ministério da Previdência, CNPS e TCU. Entre as solicitações estão relatórios de auditoria, processos administrativos, movimentações financeiras e dados sobre segurança digital.
O que é a Operação Sem Desconto? - Deflagrada pela Polícia Federal, a operação investiga fraudes em descontos previdenciários e convênios com entidades de aposentados. A estimativa de prejuízo ultrapassa os R$ 6,3 bilhões. Antunes, por meio de empresas de consultoria, seria o elo entre essas entidades e servidores corrompidos do INSS.
