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CPI DO INSS

CPI do INSS quebra sigilos e convoca deputado investigado por ameaças e esquema com pescadores

Edson Araújo, alvo de operação da PF, é acusado de receber R$ 5 milhões em descontos indevidos; CPI pede prisão de mais dois envolvidos

13 novembro 2025 - 16h35Levy Teles
Deputado Duarte Júnior denuncia colega de partido por envolvimento em esquema de fraudes com pescadores no Maranhão
Deputado Duarte Júnior denuncia colega de partido por envolvimento em esquema de fraudes com pescadores no Maranhão - Foto: Andressa Anholete/ Agência Senado

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS aprovou nesta quinta-feira (13) a quebra de sigilo bancário, fiscal e telemático e a convocação do deputado estadual Edson Araújo (PSB-MA), investigado por envolvimento em um esquema de descontos ilegais em benefícios de aposentados e pensionistas. A decisão ocorre no mesmo dia em que o parlamentar foi alvo de operação da Polícia Federal.

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Araújo presidiu a Federação das Colônias de Pescadores do Maranhão, entidade apontada como uma das responsáveis pelos descontos associativos considerados fraudulentos. O vice-presidente da comissão, deputado Duarte Júnior (PSB-MA), acusa o colega de partido de ter sido beneficiário direto do esquema, recebendo quase R$ 5 milhões via federação.

Troca de ameaças e proteção policial - A situação se agravou após uma sessão da CPI, quando Duarte denunciou o caso e foi ameaçado por Edson Araújo por meio de mensagens. O conteúdo das conversas foi revelado e inclui insultos e intimidações diretas.

"Você está me ameaçando?", perguntou Duarte após uma das mensagens. Araújo respondeu: "Tô, por quê? Você é um m. irresponsável". Diante da escalada de agressividade, a CPI do INSS autorizou escolta policial para proteger o deputado Duarte e seus familiares.

Além das medidas contra Araújo, a CPI aprovou os pedidos de prisão de Igor Delecrode, apontado como operador tecnológico do esquema, e de Américo Monte, ex-presidente das entidades ABCB/Amar Brasil, também citadas no esquema fraudulento.

O presidente da CPI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), informou que, a partir da próxima semana, a comissão deixará de votar apenas requerimentos consensuais e passará a investigar também os aspectos políticos do esquema, o que deve incluir figuras públicas envolvidas nas associações e federações que atuavam nos descontos.

No total, 79 requerimentos foram aprovados durante a sessão.

Prazos para contestação de descontos são prorrogados - A CPI também encaminhou ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), um pedido para que a Casa atue como amicus curiae no Supremo Tribunal Federal (STF), em ação que contesta um acordo que fixou o dia 14 de novembro de 2025 como prazo final para que aposentados e pensionistas solicitem ressarcimento por descontos indevidos.

Segundo a deputada Coronel Fernanda (PL-MT), autora do requerimento, o prazo é curto e pode prejudicar beneficiários que sequer foram informados das novas regras. Entretanto, o líder do governo na CPI, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), anunciou nesta segunda-feira (10) que o prazo será prorrogado até 14 de fevereiro de 2026.

A CPI do INSS tem revelado um complexo esquema de cobranças não autorizadas em benefícios previdenciários, movimentando cifras bilionárias, com ramificações que envolvem associações de fachada, parlamentares e operadores de tecnologia, além de falhas nos sistemas de controle do INSS.

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