
A CPI do INSS aprovou nesta quinta-feira (4) uma série de requerimentos que colocam sob escrutínio o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), onde José Ferreira da Silva, o Frei Chico e irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocupa o cargo de vice-presidente.

Entre os pedidos, está o de autoria da deputada Adriana Ventura (Novo-SP), que solicita a lista de pessoas que receberam procurações para atuar em nome do sindicato entre 2015 e 2023. Integrantes da comissão avaliam que essa medida pode revelar a participação de Frei Chico em irregularidades ligadas a descontos automáticos de aposentadorias.
Outro requerimento, também apresentado por Ventura, pede ao INSS informações sobre as contas bancárias usadas pelo Sindnapi para receber recursos do Fundo do Regime Geral da Previdência Social entre 2015 e 2025. A deputada justifica que há indícios de que a entidade, assim como outras do setor, teria utilizado convênios e acordos técnicos para filiar aposentados em massa e arrecadar valores sem autorização clara dos associados.
O presidente da CPI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que, se houver citação ao nome de Frei Chico em investigações ou quebras de sigilo, ele será convocado a depor.
Além disso, a comissão aprovou pedidos de informação sobre Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS” e apontado pela Polícia Federal como peça-chave no esquema. Foram solicitados dados sobre viagens internacionais, veículos apreendidos e registros de entrada e saída no Brasil, bem como no Congresso Nacional, entre 2019 e 2025.
Segundo Viana, foi necessário acionar a Polícia Legislativa para localizar o “Careca do INSS”, já que ele e sua defesa não atenderam aos contatos da CPI.
Outros requerimentos também foram aprovados, direcionados ao INSS, à CGU, à AGU, à Polícia Federal e ao STF, em busca de detalhes sobre fraudes e irregularidades. Na mesma manhã, a comissão ouviu o depoimento de Eliane Viegas Mota, diretora de auditoria de previdência e benefícios da CGU.
