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CPI DA COVID

CPI critica aglomeração no Rio e reconvoca Queiroga e ex-ministro

O presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), classificou a aglomeração como "estupidez"

24 maio 2021 - 07h10
As decisões foram tomadas em reunião no domingo, dia 23, pelo grupo majoritário da CPI
As decisões foram tomadas em reunião no domingo, dia 23, pelo grupo majoritário da CPI - (Foto: Dida Sampaio/Estadão)

A CPI da Covid cobrará explicações do governo federal, da prefeitura e do governo do Rio de Janeiro sobre a aglomeração liderada por Jair Bolsonaro. A cúpula da comissão também acertou que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga, serão reconvocados.

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As decisões foram tomadas em reunião no domingo, dia 23, pelo grupo majoritário da CPI. O presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), classificou a aglomeração como "estupidez". "É inacreditável ficar passeando de moto num momento em que país perdeu 450 mil vidas. É uma estupidez, as imagens falam por si." O vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), reputou os acontecimentos como um desrespeito. "É um acinte à memória das quase 450 mil vítimas da covid-19 e às suas famílias enlutadas."

Além de Pazuello e Queiroga, senadores que integram a CPI da Covid querem convocar o advogado Arthur Weintraub, ex-assessor da Presidência da República, para prestar esclarecimentos sobre a existência de um gabinete paralelo de aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia. Em discurso de agosto de 2020 no Palácio do Planalto e em lives nas redes sociais, Weintraub deu indicações de que pode ter coordenado o grupo, que teria influenciado decisões do governo no combate à doença. Os vídeos foram reunidos e divulgados neste sábado, 22, pelo portal Metrópoles.

Os requerimentos de convocação foram protocolados pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Humberto Costa (PT-PE). Como o advogado mora hoje nos Estados Unidos, onde atua como representante do Brasil na Organização dos Estados Americanos (OEA), o depoimento poderá ser feito por videoconferência. A convocação ainda precisa ser aprovada pela comissão.

Citação

A existência de um "ministério paralelo" foi citada pelos ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Segundo eles, esse grupo era contrário às orientações do Ministério da Saúde, mas tinha as recomendações acompanhadas por Bolsonaro na tomada de decisão sobre a pandemia, inclusive na prescrição de cloroquina e outros medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19.

Em seu depoimento à CPI, Mandetta citou uma tentativa de colocar, via decreto presidencial, a prescrição para covid-19 na bula da cloroquina. O senador Humberto Costa justificou o requerimento: "Vamos convocar Arthur Weintraub. Esse gabinete paralelo, que operou nas sombras e nos trouxe a essa tragédia que vivemos, está vindo à luz com os atos que cometeu. Isso precisa ser esclarecido pelos seus responsáveis diante da CPI", disse o parlamentar.

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