
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, afirmou nesta semana, em entrevista à Fox News, que o presidente Nicolás Maduro não tem mais alternativas diante da crescente pressão dos Estados Unidos. Para Corina, os recentes movimentos militares americanos na região, com ataques a embarcações venezuelanas por mar e ar, revelam que o regime chavista está enfraquecido e fragmentado.
Corina declarou que o próprio Maduro já teria compreendido que, diante do cerco internacional, especialmente dos EUA, a única saída possível é deixar o poder. “Maduro começou uma guerra, que Trump está terminando”, afirmou, em referência direta ao ex-presidente norte-americano, Donald Trump, que voltou a adotar uma retórica dura contra o chavismo.
Aposta na força americana - A declaração da opositora sinaliza uma forte aproximação com o discurso republicano. Corina compartilha da visão de Trump de que Maduro é um narcoterrorista. “Trump sabe que está lidando com criminosos”, disse. Segundo ela, o ex-presidente norte-americano e o atual líder venezuelano devem conversar nos próximos dias, ocasião em que Trump deixaria claro “quais são as opções de Maduro”.
A líder da oposição também destacou que o apoio dos EUA pode ser decisivo para a derrubada do regime chavista, que, segundo ela, perdeu apoio interno e sofre rachaduras nas estruturas militares e políticas. Corina acredita que o fim da ditadura venezuelana abrirá caminho para o retorno dos milhões de imigrantes venezuelanos espalhados pelo mundo — muitos deles nos Estados Unidos, tema sensível na agenda de Donald Trump.
María Corina reforçou o desejo de que a Venezuela se torne uma das principais aliadas dos Estados Unidos na América Latina. “Queremos que a Venezuela seja a principal aliada dos EUA”, afirmou. A fala demonstra não apenas apoio à política externa de Trump, mas também um realinhamento estratégico que pode moldar os rumos da diplomacia regional caso o chavismo seja superado.
A possível retomada de um diálogo direto entre Maduro e Trump reacende especulações sobre uma negociação de transição de poder. Embora não haja confirmação oficial, a oposição aposta no desgaste do regime, no impacto das sanções econômicas e no isolamento diplomático como forças que pressionam Maduro a deixar o cargo.
Cenário em tensão - A Venezuela vive um período de incerteza, com inflação elevada, colapso de serviços públicos e profunda crise migratória. As ações militares recentes dos Estados Unidos foram interpretadas como demonstração de força em meio a um impasse político que se arrasta há anos. Internamente, a oposição tenta reorganizar sua base, enquanto o governo de Maduro mantém um discurso nacionalista e acusa Washington de promover uma intervenção estrangeira.
María Corina Machado tem se consolidado como um dos nomes mais representativos do campo opositor, especialmente após ser impedida de disputar as últimas eleições presidenciais. Sua postura firme contra o chavismo e o alinhamento com lideranças internacionais, como Donald Trump, colocam-na como figura central na articulação por uma nova transição política na Venezuela.

