
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta segunda-feira (13) as cinco prioridades estratégicas que serão apresentadas pelo Círculo de Ministros de Finanças da COP30 para ampliar o financiamento climático global, especialmente voltado aos países em desenvolvimento. A declaração ocorreu durante a Pré-COP, encontro preparatório realizado em Brasília.

Segundo Haddad, o objetivo é transformar metas ambientais ambiciosas em resultados concretos com foco em inovação, cooperação e escala. As propostas do Círculo serão formalmente apresentadas na COP30, marcada para novembro de 2025, em Belém (PA).
As cinco prioridades do financiamento climático:
Aumentar o financiamento concessional e os fundos climáticos
Reformar os bancos multilaterais de desenvolvimento
Fortalecer capacidades domésticas e plataformas de país
Promover inovação financeira e mobilizar o setor privado
Aprimorar os marcos regulatórios do financiamento climático
Além disso, o grupo trabalha em frentes complementares, como o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), a Coalizão Aberta para Integração dos Mercados de Carbono e a criação de uma Supertaxonomia — mecanismo que busca alinhar diferentes taxonomias nacionais voltadas a investimentos sustentáveis.
Relatório será apresentado ao Banco Mundial e FMI - O relatório final do Círculo será entregue esta semana em Washington (EUA), durante os encontros anuais do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em novembro, as propostas serão discutidas novamente em São Paulo, durante a reunião preparatória da COP30.
“Essas iniciativas traduzem, de forma prática, o que o Círculo tem defendido: cooperação, inovação e escala para transformar ambição em resultados concretos”, afirmou Haddad.
Outro destaque do discurso do ministro foi a construção do chamado "Mapa do Caminho de Baku a Belém para US$ 1,3 trilhão". O documento traça os meios para alcançar o financiamento anual necessário aos países em desenvolvimento até 2035. Os recursos são destinados à implementação de ações para mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
A proposta nasce como desdobramento da COP de 2024, realizada em Baku (Azerbaijão), onde ficou acordado que países desenvolvidos devem liderar o financiamento climático, garantindo ao menos US$ 300 bilhões anuais — valor considerado ainda muito abaixo do necessário.
O Brasil, que sedia a próxima conferência climática global, será coautor do plano ao lado do Azerbaijão. A meta é garantir que o financiamento suba gradualmente até atingir US$ 1,3 trilhão por ano, criando uma rota clara e ambiciosa de apoio à transição ecológica em países do Sul Global.
