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28 de outubro de 2025 - 21h53
SEGURANÇA PÚBLICA

Congresso reage à crise no Rio e promete endurecer leis contra facções

Operação com 2,5 mil policiais expõe avanço do crime organizado e força Senado e Câmara a priorizarem pautas de segurança

28 outubro 2025 - 18h15
Alcolumbre e Motta reafirmam compromisso com pauta da segurança
Alcolumbre e Motta reafirmam compromisso com pauta da segurança - (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)
Terça da Carne

A maior operação policial realizada no Rio de Janeiro nos últimos 15 anos, que resultou na morte de ao menos 64 pessoas, provocou reações imediatas no Congresso Nacional. Em nota oficial, os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), prometeram acelerar projetos que reforcem o combate ao crime organizado no país.

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A chamada Operação Contenção mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar em diversos pontos do Rio de Janeiro, com foco nos complexos do Alemão e da Penha, áreas dominadas por facções ligadas ao Comando Vermelho. A ação foi deflagrada após mais de um ano de investigações e dois meses de planejamento, resultando em 81 prisões, 75 fuzis apreendidos e uma grande quantidade de drogas ainda sendo contabilizada.

Diante da gravidade dos números, Alcolumbre declarou que o Congresso acompanha com “atenção e preocupação” os desdobramentos da crise. “A Casa está à disposição para contribuir com soluções legislativas que fortaleçam a segurança pública, o combate ao crime organizado e a proteção da vida dos brasileiros”, afirmou.

Na mesma terça-feira (28), data da operação, o Senado aprovou o Projeto de Lei 226/24, que cria um marco legal de enfrentamento à criminalidade. O texto amplia a proteção de agentes públicos e estabelece novos instrumentos legais para repressão ao crime organizado. A proposta segue agora para sanção presidencial.

Alcolumbre destacou ainda que o combate às facções exige um esforço articulado de todas as esferas do Estado. “É necessário um esforço coletivo e conjunto para proteger os cidadãos da violência que assola o país”, completou o presidente do Congresso.

Câmara mira em novas leis - Pelas redes sociais, Hugo Motta também reforçou o compromisso da Câmara com a pauta da segurança pública. “Sob minha presidência, já aprovamos quase 30 propostas voltadas para a repressão às organizações criminosas, criminalização do domínio territorial por facções e proteção dos agentes envolvidos no combate direto ao crime”, afirmou.

O deputado paraibano disse que está avaliando novas propostas de leis focadas no combate ao crime organizado e prometeu colocar esses projetos na pauta do Plenário. “Vamos continuar focados em avançar nessas pautas, pois essa é uma das maiores preocupações da população brasileira”, disse.

Rio em alerta - Segundo o governo do estado, os mandados de prisão e busca foram expedidos pela Justiça com base em inquéritos da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). A operação foi considerada uma resposta direta à tentativa de expansão do Comando Vermelho para outras áreas do estado.

A letalidade da operação superou a de 2021 no Jacarezinho, que até então era a mais violenta da década, com 28 mortos. Em razão da ação, o município do Rio entrou em estágio 2 de atenção, com interdições em vias das zonas norte e oeste, como Freguesia, Taquara, Chapadão e São Francisco Xavier. Mais de 100 linhas de ônibus tiveram o trajeto alterado.

Pressão por resultados - A reação do Congresso Nacional evidencia a pressão por respostas diante do avanço do crime organizado em centros urbanos. O uso de violência em larga escala e a ocupação territorial por facções têm transformado regiões inteiras em zonas de conflito, com impacto direto na rotina da população.

A atuação coordenada entre Legislativo e forças de segurança sinaliza uma tentativa de recuperar o controle institucional em áreas dominadas pela criminalidade. No entanto, especialistas alertam que sem investimentos contínuos em políticas públicas e inteligência policial, as ações legislativas podem ter efeito limitado.

Com os olhos voltados para o Rio de Janeiro, a sociedade brasileira aguarda que as medidas anunciadas não se limitem ao discurso político, mas resultem em mudanças estruturais que garantam segurança e cidadania em todo o país.

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