
Os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), não compareceram à cerimônia no Palácio do Planalto que sancionou a nova faixa de isenção do Imposto de Renda nesta quarta-feira, 26. A ausência dos chefes do Legislativo evidencia o clima de tensão e distanciamento em relação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em publicação nas redes sociais, Motta celebrou a sanção da lei, exaltando o papel da Câmara e a atuação do ex-presidente Arthur Lira (PP-AL), relator da proposta. “Uma vitória histórica para milhões de brasileiros”, escreveu. Ele alegou “agenda interna” para justificar a ausência.
Os atritos com o governo se intensificaram após críticas da ministra Gleisi Hoffmann ao projeto do PL Antifacção, defendido por Motta, que reagiu rompendo relações com o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ).
No Senado, Alcolumbre se mostrou insatisfeito com a escolha de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal, cargo que ele defendia que fosse ocupado por seu aliado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Segundo interlocutores, o senador ficou irritado com o anúncio feito sem consulta prévia. “Vou mostrar ao governo o que é não ter o presidente do Senado como aliado”, disse Alcolumbre reservadamente.
A cerimônia desta quarta, prevista para marcar um avanço no discurso do governo sobre justiça tributária, acabou marcada pela ausência dos principais líderes do Congresso, sinalizando um novo momento de desgaste na articulação política com o Planalto.


