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07 de outubro de 2025 - 18h19
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SAÚDE PÚBLICA

Governo cria comitê para enfrentar crise das bebidas contaminadas com metanol

Iniciativa reunirá poder público e setor privado para ações conjuntas de fiscalização e prevenção

7 outubro 2025 - 15h55
Ações de fiscalização serão intensificadas após aumento nos casos de intoxicação por metanol
Ações de fiscalização serão intensificadas após aumento nos casos de intoxicação por metanol - Foto: Reprodução
Terça da Carne

O governo federal anunciou, nesta terça-feira (7), a criação de um comitê especial para enfrentar a crise causada pela venda de bebidas alcoólicas contaminadas com metanol. A medida, anunciada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, busca articular ações repressivas contra os responsáveis pelas adulterações e medidas protetivas para preservar os produtores legais do setor, considerado estratégico para a economia brasileira.

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A decisão foi tomada após uma reunião com representantes da indústria de bebidas e órgãos do governo, no Ministério da Justiça. O comitê será informal, com foco na troca de informações, divulgação de boas práticas e transparência sobre as ações já realizadas.

“Chegamos à conclusão de que seria importante montar um comitê de enfrentamento da crise do metanol”, afirmou o ministro. Ele destacou que o objetivo é encontrar uma solução célere para o problema, que já provocou mortes e dezenas de internações em diferentes estados.

Crise com impacto econômico e sanitário

Lewandowski classificou a situação como uma “crise econômica”, além de um grave problema de saúde pública. “É um setor que gera empregos, paga impostos e é responsável pelo desenvolvimento. Precisamos separar os comerciantes que adulteram as bebidas daqueles que atuam com responsabilidade”, defendeu.

O ministro reforçou que haverá punição para quem for flagrado cometendo infrações. As sanções podem ir de advertências a multas, culminando no fechamento de estabelecimentos irregulares.

Participaram do encontro entidades representativas como a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), a Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Fórum Nacional contra a Pirataria e Ilegalidade (FNCP) e a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF).

Segundo o secretário nacional do Consumidor, Paulo Pereira, o trabalho agora entra em uma fase de inteligência. Estabelecimentos já foram notificados e distribuidores serão ouvidos para ajudar na identificação de fornecedores suspeitos.

“Até agora, 15 estabelecimentos foram notificados. Nesta nova etapa, mais 15 serão incluídos, além de 25 distribuidoras. Precisamos mapear padrões e identificar os potenciais fornecedores ilegais”, explicou o secretário.

Alerta para a população

A intoxicação por metanol é considerada uma emergência médica. Quando ingerido, o composto químico é transformado no organismo em substâncias tóxicas que podem causar cegueira e até levar à morte. Entre os sintomas estão visão turva, dores abdominais, náuseas, sudorese e vômitos.

Em caso de suspeita, as autoridades orientam que o consumidor procure imediatamente atendimento médico e contate os serviços especializados:

Disque-Intoxicação da Anvisa: 0800 722 6001

Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo (CCI): (11) 5012-5311 ou 0800-771-3733

A orientação é também alertar outras pessoas que possam ter consumido a mesma bebida, para que busquem avaliação médica o mais rápido possível. O tempo é fator decisivo na gravidade dos efeitos.

Investigação e suspeita de crime organizado

O ministro Lewandowski não descartou a possibilidade de envolvimento de organizações criminosas. Ele confirmou que caminhões-tanque com metanol foram abandonados em algumas localidades e que a origem do produto (vegetal ou fóssil) também está sendo analisada para auxiliar nas investigações.

“O Brasil é um país continental e precisamos trabalhar em parceria com a sociedade civil e o setor privado para dar conta de problemas dessa magnitude”, concluiu o ministro.

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