
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avaliou como um avanço importante o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizado neste domingo (26), na Malásia. Em nota, a entidade afirmou acreditar na construção de uma solução para o chamado “tarifaço”, e ressaltou que o setor industrial seguirá contribuindo com propostas técnicas para restabelecer uma relação comercial equilibrada entre os dois países.
Tive uma ótima reunião com o presidente Trump na tarde deste domingo, na Malásia. Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as… pic.twitter.com/aTXZthrb9Z
— Lula (@LulaOficial) October 26, 2025
“O anúncio do início das negociações, com disposição real de ambas as partes para chegar a um acordo, é um passo relevante”, afirmou o presidente da CNI, Ricardo Alban. Segundo ele, uma resolução positiva devolverá previsibilidade e competitividade às exportações brasileiras, fortalecendo a indústria e o emprego no país.
A Confederação destacou que tem atuado de forma técnica nas tratativas, defendendo o diálogo e apresentando propostas em áreas de interesse comum, como energia limpa, biocombustíveis, minerais críticos e tecnologia. “É natural que os Estados Unidos busquem proteger suas cadeias produtivas. O que defendemos é um processo racional, transparente e baseado em dados”, completou Alban.
Durante o encontro, Lula também comemorou o início das negociações e afirmou, em publicação nas redes sociais, que as soluções para o impasse tarifário devem começar “imediatamente”. “Tive uma ótima reunião com o presidente Trump. Discutimos de forma franca a agenda comercial e econômica. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para buscar soluções para as tarifas e sanções contra autoridades brasileiras”, disse.
O presidente brasileiro ainda brincou sobre a logística do encontro, afirmando que ambos “viajaram 22 horas para conseguir uma reunião que parecia impossível de acontecer em seus próprios países”.
Lula destacou que o Brasil busca manter boas relações com todas as potências econômicas. “Não queremos escolher entre China ou Estados Unidos. Queremos estar ao lado de todos os países”, afirmou.
Trump e Lula fazem reunião na Malásia (Foto: Felipe Frazão/Estadão)
Após a reunião, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, explicou que o governo brasileiro pediu a suspensão temporária do tarifaço enquanto as negociações avançam. Uma nova rodada de conversas entre representantes dos dois governos estava prevista ainda para a noite deste domingo, na Malásia.
Segundo Vieira, o encontro foi positivo e também incluiu discussões sobre temas regionais. Lula propôs intermediar o diálogo com a Venezuela e reafirmou que a América do Sul deve ser tratada como uma “zona de paz”.
Trump, por sua vez, declarou estar aberto a “avançar rapidamente” nas negociações e sinalizou que pretende discutir o tema com a China em encontros futuros. “Vamos conversar e provavelmente chegar a uma conclusão muito rapidamente”, disse.
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, destacou que os Estados Unidos desejam fortalecer os laços comerciais com o Brasil e reduzir a dependência da China. “Acreditamos que, no longo prazo, é benéfico ao Brasil nos ter como parceiro comercial preferencial”, afirmou.
