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24 de dezembro de 2025 - 09h30
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POLÍTICA

Médico diz que cirurgia de Bolsonaro é 'padronizada' e com menor risco

Ex-presidente passa por herniorrafia inguinal no DF Star nesta quinta, após autorização do STF para internação em Brasília

24 dezembro 2025 - 07h30Gabriel de Sousa e Marianna Gualter
Bolsonaro passará pela sexta cirurgia desde quando recebeu a facada, em 2018
Bolsonaro passará pela sexta cirurgia desde quando recebeu a facada, em 2018 - (Foto: Agência Brasil)

O ex-presidente Jair Bolsonaro deve ser submetido nesta quinta-feira (25), dia de Natal, a uma cirurgia de correção de hérnia inguinal bilateral no Hospital DF Star, em Brasília. O procedimento foi descrito como “padronizado, com menor risco de complicações” pelo cirurgião-geral Claudio Birolini, que acompanha o caso.

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Segundo o médico, a operação – uma herniorrafia inguinal – deve durar de três a quatro horas. “Toda cirurgia é complexa”, ponderou, mas ressaltou que, em comparação com a intervenção feita em abril, de cerca de 12 horas, o procedimento atual é considerado mais simples.

“É muito mais simples por se tratar de um procedimento padronizado e realizado de forma eletiva. A outra foi uma cirurgia não regrada, em uma situação de emergência no que chamamos de um ‘abdome hostil’”, explicou Birolini ao Broadcast.

Na terça-feira (23), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a internação de Bolsonaro no DF Star para a realização da cirurgia. Ele deve deixar a custódia da Polícia Federal nesta quarta-feira, quando também deve ocorrer o preparo pré-operatório.

Ainda não há definição sobre o horário do bloqueio anestésico do nervo frênico, etapa que faz parte da estratégia de anestesia e controle de dor no pós-operatório.

A hérnia ocorre quando há uma abertura ou frouxidão na parede abdominal ou pélvica, permitindo que alças intestinais ou outros tecidos “escapem” por esse ponto fragilizado. Isso provoca a formação de um caroço, muitas vezes visível, e pode causar dor e desconforto, principalmente durante esforços físicos, como levantar peso, tossir ou ficar muito tempo em pé.

Quando o problema se manifesta na região da virilha, recebe o nome de hérnia inguinal. Ela é chamada de bilateral quando afeta os dois lados – direito e esquerdo – ao mesmo tempo.

Em casos mais graves, se o conteúdo intestinal que sai por essa abertura ficar “preso” e tiver o fluxo sanguíneo comprometido, pode haver risco de complicações e necessidade de cirurgia de urgência. No caso de Bolsonaro, o procedimento foi programado de forma eletiva.

A cirurgia indicada para esse tipo de quadro é a herniorrafia inguinal. Em entrevista anterior ao Estadão, o cirurgião do aparelho digestivo Paulo Barros, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, detalhou o procedimento.

A técnica consiste, basicamente, em recolocar o conteúdo abdominal para dentro e reforçar a parede enfraquecida com uma tela de polipropileno (um tipo de plástico), que faz a contenção da região e fecha o “buraco” por onde o intestino extravasava.

O procedimento pode ser realizado de duas formas principais:

  • Cirurgia aberta (tradicional) – feita com um corte na região da virilha, por onde o médico acessa a hérnia, reposiciona o conteúdo e fixa a tela.
  • Cirurgia laparoscópica – feita por pequenas incisões, geralmente entre 5 e 8 milímetros, por onde são introduzidos uma câmera e instrumentos cirúrgicos. A técnica pode ser feita com ou sem auxílio de tecnologia robótica.

A escolha da via cirúrgica depende de fatores como histórico do paciente, presença de cirurgias anteriores, tipo de hérnia, avaliação da equipe médica e estrutura disponível no hospital. Em ambas as técnicas, o objetivo é o mesmo: corrigir a falha da parede abdominal e reduzir o risco de recorrência da hérnia.

No pós-operatório, é comum a recomendação de evitar esforço físico por algumas semanas, seguindo orientações médicas específicas para retomada gradual das atividades.

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