
O assessor Rui Bulhões, que ocupava o cargo de chefe de gabinete do então presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), foi exonerado nesta terça-feira (16). A decisão foi tomada pelo presidente em exercício da Casa, Guilherme Delaroli (PL), e publicada em edição extra do Diário Oficial da Alerj.
A exoneração ocorre no mesmo dia em que Bulhões se tornou um dos alvos da segunda fase da Operação Unha e Carne, deflagrada pela Polícia Federal, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A ação resultou na prisão do desembargador federal Macário Ramos Júdice Neto, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2).
Por ordem do STF, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão na residência de Rui Bulhões. A casa de Rodrigo Bacellar também foi alvo da operação, igualmente para coleta de materiais que possam auxiliar as investigações.
A Polícia Federal investiga a suspeita de que o desembargador Macário Júdice Neto tenha vazado informações sigilosas ao então presidente da Alerj sobre a operação que levou à prisão do ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias. O magistrado era relator do processo relacionado ao caso.
De acordo com a PF, o vazamento teria permitido que investigados tivessem acesso antecipado a medidas judiciais, comprometendo o andamento das apurações.
O superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Fábio Galvão, afirmou que a segunda fase da operação conta com apoio do próprio TRF2. Segundo ele, as investigações seguem em curso.
“Estamos promovendo a transferência de TH Joias para um presídio federal, por determinação do ministro Alexandre de Moraes. As investigações continuam para apurar o caso em toda a sua extensão”, declarou.
TH Joias está preso desde 3 de setembro de 2025. Designer de joias, ele foi eleito deputado estadual pelo MDB e é apontado pela PF como braço político e operador financeiro do Comando Vermelho. As acusações incluem tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, corrupção, negociação de armas e uso do mandato parlamentar para beneficiar a facção criminosa.
Atualmente, ele estava custodiado na Penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, no Complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio, e será transferido para uma unidade federal.
No início de dezembro, com base em mensagens interceptadas no celular de TH Joias, o STF determinou a prisão de Rodrigo Bacellar, então presidente da Alerj. Ele ficou cinco dias preso, mas foi solto após a própria Assembleia revogar a prisão. No dia seguinte, Bacellar pediu licença do cargo.
Por decisão do ministro Alexandre de Moraes, Bacellar segue submetido a medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, afastamento da presidência da Alerj, recolhimento domiciliar, proibição de contato com outros investigados, suspensão do porte de arma e entrega do passaporte.

