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02 de outubro de 2025 - 17h01
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INVESTIGAÇÃO

Ministro da CGU diz que só soube de descontos irregulares em aposentadorias em março de 2024

Vinicius Carvalho afirmou em CPMI que problema vinha sendo monitorado desde 2019, mas só ganhou dimensão após denúncias da imprensa

2 outubro 2025 - 14h45
Ministro da CGU, Vinicius Carvalho, afirmou que só soube dos descontos irregulares em março de 2024.
Ministro da CGU, Vinicius Carvalho, afirmou que só soube dos descontos irregulares em março de 2024. - Lula Marques/Agência Brasil

O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Marques de Carvalho, afirmou nesta quinta-feira (2) que só tomou conhecimento dos descontos associativos irregulares em aposentadorias e pensões em março de 2024. Segundo ele, a situação veio à tona em meio a pedidos de informação feitos pela imprensa via Lei de Acesso à Informação.

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Carvalho, no entanto, destacou que desde 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro, equipes técnicas da CGU já manifestavam preocupações sobre os descontos, a partir de denúncias recebidas. “Desde 2019, foram mais de 11 reuniões daquele grupo de trabalho que discutia descontos associativos”, disse o ministro em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o caso.

Alertas e crescimento dos descontos

O ministro afirmou que a CGU identificou “dois pontos de alerta” ao longo dos anos: denúncias específicas sobre descontos indevidos e o aumento dos valores cobrados das aposentadorias e pensões.

Ele ressaltou que não havia clareza sobre a dimensão do problema até a intensificação das denúncias. “Havia uma preocupação muito grande porque aumentou o número de entidades que assinaram acordos de cooperação técnica com o INSS, que autorizavam essas entidades a realizarem os descontos. Havia preocupação sobre a seriedade dessas entidades”, explicou.

Segundo Carvalho, o crescimento dos descontos em 2022 e 2023 foi resultado do cumprimento da lei orçamentária do governo anterior. “Cheguei à CGU em 2023. Nós herdamos o plano de auditoria da CGU feito em 2022 para executá-lo em 2023. O nosso primeiro plano só foi elaborado em 2023”, disse.

Relatórios e sigilo

O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), questionou Carvalho sobre suspeitas de que informações sigilosas não teriam sido incluídas em relatórios da CGU. O ministro negou e afirmou que o sigilo, em alguns casos, é exigência legal para não prejudicar investigações em andamento.

Carvalho destacou, porém, que todas as informações foram divulgadas após as operações da Polícia Federal. “Depois, com a operação realizada, não havia motivo para se ter algo sigiloso no relatório”, garantiu.

A CPMI segue investigando irregularidades em descontos associativos realizados diretamente nas aposentadorias e pensões do INSS. A CGU já abriu 40 processos administrativos relacionados ao caso.

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