
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, contestou nesta terça-feira (14) uma declaração feita pelo advogado Melillo Dinis do Nascimento, durante julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). O defensor de Carlos César Moretzsohn Rocha, um dos réus no processo do núcleo de desinformação da tentativa de golpe de Estado, afirmou que o TSE teria cogitado adotar o voto impresso em determinado momento.

Ao final da sustentação oral, Cármen Lúcia pediu a palavra e foi categórica:
"O Tribunal Superior Eleitoral em nenhum momento cogitou disso."
A ministra reforçou que decisões sobre o voto impresso partiram do Congresso Nacional, e não do TSE. "O Supremo não disse ao TSE: 'deixa isso para lá'. O TSE, em hora nenhuma, chegou a este ponto", afirmou.
Julgamento das ADIs sobre voto impresso - O STF julgou inconstitucionais duas ações relacionadas à impressão do voto eletrônico (ADIs 4543 e 5889). As propostas partiram do Congresso Nacional, mas foram barradas pelo Supremo. Durante o julgamento, Cármen Lúcia esclareceu que o TSE jamais adotou qualquer medida no sentido de retornar com o voto impresso.
“Estamos em tempos de mentiras e desinformações que são fabricadas exatamente a partir de algumas pontas soltas que ficam das nossas palavras e dos nossos silêncios”, declarou a ministra.
Advogado reconhece erro - Após a manifestação de Cármen Lúcia, o advogado Melillo Dinis admitiu que se equivocou:
"Ela está absolutamente correta."
O julgamento faz parte do processo que apura a atuação do núcleo de desinformação da trama golpista investigada pelo STF, que teria promovido ataques coordenados contra o sistema eleitoral e instituições democráticas.
