
A ministra Cármen Lúcia, decana da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), deu uma bronca no advogado Paulo Renato Garcia Cintra Pinto nesta terça-feira (2), durante a segunda sessão do julgamento que pode levar à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sete de seus aliados por tentativa de golpe de Estado. Pinto representa o deputado licenciado e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.

O embate ocorreu após reiteradas menções do advogado ao voto impresso. A ministra, que já presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fez questão de diferenciar os conceitos e reforçar a confiabilidade das urnas. “Uma coisa é eleição com voto auditável e outra coisa é o voto impresso”, destacou.
Cármen Lúcia ressaltou que o processo eleitoral brasileiro é “plenamente auditável” e lembrou que o voto impresso, ao contrário, pode violar o sigilo da escolha do eleitor. “Vossa Senhoria sabe a distinção entre processo eleitoral auditável e voto impresso, repetiu como se fosse sinônimo, e não é. Porque o processo eleitoral é amplamente auditável no Brasil”, disse.
Ela criticou o uso frequente da expressão pelo advogado, afirmando que a confusão entre os termos pode “criar confusão na mente do brasileiro”. Quando Pinto tentou justificar que usava as mesmas palavras de Bolsonaro, a ministra rebateu de imediato: “E ilegítimos”.
Ao tentar prosseguir com uma avaliação pessoal, o advogado foi novamente interrompido. “Não é opinião. O fato é que o processo eleitoral brasileiro é amplamente auditável. Que fique claro. O processo eleitoral brasileiro é perfeitamente seguro, como se comprova amplamente”, afirmou Cármen Lúcia.
