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14 de outubro de 2025 - 19h41
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JUSTIÇA

Cármen Lúcia reage a advogado e desmente que TSE cogitou retorno do voto impresso

Ministra nega afirmação feita durante julgamento do núcleo da desinformação e diz que tema foi tratado exclusivamente pelo Congresso

14 outubro 2025 - 14h55Rayssa Motta
Cármen Lúcia nega que TSE tenha cogitado volta do voto impresso e rebate fala feita durante julgamento no STF
Cármen Lúcia nega que TSE tenha cogitado volta do voto impresso e rebate fala feita durante julgamento no STF - Foto: WILTON JUNIOR
Terça da Carne

Durante o julgamento do núcleo de desinformação da tentativa de golpe de Estado, nesta terça-feira (14), a ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), reagiu com firmeza à fala de um advogado que afirmou que o TSE teria cogitado adotar o voto impresso.

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A ministra pediu a palavra após a sustentação oral do advogado Melillo Dinis do Nascimento, defensor de Carlos César Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal (IVL) e um dos réus do processo. O advogado afirmou que “em determinado momento, o TSE pensou em fazer urnas com impressão de voto” e que “o Supremo disse: é inconstitucional, não vai adiante”.

Em resposta, Cármen Lúcia negou com veemência:
“O Tribunal Superior Eleitoral em nenhum momento cogitou disso. Apenas para afastar o TSE de, em algum momento, ter titubeado”, afirmou.

“Estamos em tempo de desinformação” - Ao explicar por que decidiu intervir no julgamento, a ministra declarou que vivemos um momento perigoso, em que falas distorcidas são usadas para alimentar mentiras:
“Estamos em tempo de mentiras e desinformações que são fabricadas exatamente a partir de algumas pontas soltas que ficam das nossas palavras e dos nossos silêncios”, disse.

O debate sobre o voto impresso foi travado no Congresso Nacional, que aprovou propostas para implementar a impressão dos votos da urna eletrônica. O tema chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), que analisou as ADIs 4543 e 5889 e considerou a proposta inconstitucional. Segundo Cármen Lúcia, o TSE nunca apoiou nem cogitou a mudança.

“O Congresso Nacional, no exercício de suas competências, formulou normas tentando restabelecer a impressão de voto. Isso veio questionado, por ação ajuizada, e o plenário em duas ocasiões concluiu em julgamento que era inconstitucional”, esclareceu.

Ao final, o advogado reconheceu o erro: “Ela está absolutamente correta.”

O episódio aconteceu durante o julgamento do núcleo 4 do plano golpista, composto por sete réus acusados de coordenar ações de desinformação e ataques ao sistema eleitoral. A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que o grupo atuou para minar a confiança nas urnas eletrônicas e incitar atos violentos, como os registrados em 8 de janeiro de 2023.

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