
Um dia após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) voltou a atacar o ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid, que firmou acordo de delação premiada no caso da tentativa de golpe de Estado.

Na manhã desta sexta-feira (12), Carlos publicou uma mensagem em tom irônico em seu perfil no X (antigo Twitter):
“Parabéns pelo que fez na história brasileira, Mauro Cid!”
O comentário foi fixado no topo da sua página, indicando a centralidade da crítica.
- Parabéns pelo que fez na história brasileira, Mauro Cid!
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) September 12, 2025
Papel de Cid no processo
Cid foi apontado, assim como Bolsonaro e outros seis réus, como integrante do chamado “núcleo central” da tentativa de golpe. Apesar de condenado pelos cinco crimes denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o militar recebeu a pena mais branda entre os envolvidos: dois anos em regime aberto, graças ao acordo de colaboração firmado com a Justiça.
Em sua delação, o ex-ajudante revelou detalhes de reuniões, documentos e estratégias que, segundo o Ministério Público, comprovaram os esforços de Bolsonaro e aliados para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após as eleições de 2022.
Críticas constantes da família Bolsonaro
Desde a homologação do acordo, Cid se tornou alvo de apoiadores do ex-presidente. Em fevereiro, Carlos Bolsonaro já havia criticado o militar, citando-o de forma depreciativa:
“Cada segundo fica mais claro que o Coronel das Forças Especiais, com curso de bolinhas de gude e peteca, conhecido como Mauro Cid, não é apenas um pobre coitado que sofria ameaças para delatar. Em suas colocações assinadas, expõe falsas acusações sem provar nada a todo momento”, escreveu na ocasião.
Anistia em pauta
Paralelamente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), irmão de Carlos, defendeu nesta quinta-feira (11) a aprovação de uma anistia com efeito retroativo, abrangendo desde o início do inquérito das fake news.
“Vamos unir o Parlamento e fazer anistia ampla, geral e irrestrita para todos, incluindo Bolsonaro. Anistia criminal, administrativa, eleitoral”, disse Flávio, que também criticou o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, a quem chamou de “psicopata”.
Clima de tensão política
As reações dos filhos do ex-presidente mostram que a condenação de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), considerada histórica, segue repercutindo fortemente no núcleo bolsonarista. A delação de Mauro Cid, ao mesmo tempo que reduziu sua pena, fragilizou ainda mais a situação do ex-presidente e alimentou atritos entre aliados.
