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POLÍTICA

Carla Zambelli se diz 'exilada política' na Itália e agradece apoio de Flávio Bolsonaro

Deputada condenada por invasão ao sistema do CNJ afirma ser perseguida política e elogia gesto do senador junto a autoridades italianas

27 julho 2025 - 12h00Adriana Victorino
Carla Zambelli concedeu entrevista após ser condenada pelo STF em maio
Carla Zambelli concedeu entrevista após ser condenada pelo STF em maio - (Foto: Felipe Rau/Estadão)

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), condenada a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), afirmou neste sábado (26) que vive atualmente como "exilada política" na Itália. A declaração foi feita em vídeo publicado em seu perfil reserva no Instagram, rede que passou a usar após determinação judicial que retirou suas contas oficiais do ar.

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"Sou uma exilada política, sou uma perseguida política no Brasil", disse Zambelli, em gravação publicada aos seguidores. No mesmo vídeo, a parlamentar agradeceu o apoio do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que fez um apelo público ao governo italiano para que acolhesse a deputada no país europeu.

Pedido de apoio ao governo italiano - Na última quinta-feira (24), Flávio Bolsonaro concedeu entrevista ao portal Metrópoles, na qual pediu que o governo da Itália “abra as portas” para Zambelli. O senador mencionou nominalmente a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e o vice-premiê Matteo Salvini. O gesto foi exaltado pela parlamentar: “Acordei com uma notícia muito boa, que é um vídeo do Flávio Bolsonaro falando por mim, pedindo por mim para a Giorgia Meloni (...) pedindo para que me recebessem”, relatou.

Zambelli publicou a gravação em seu novo perfil no Instagram, criado após o bloqueio de suas contas anteriores. A página já acumula mais de 11 mil seguidores e tem cerca de 40 publicações, sendo a primeira datada de 13 de junho.

Condenação e fuga do Brasil - A deputada foi condenada por ser apontada como mentora intelectual da invasão ao sistema do CNJ. A decisão, do Supremo Tribunal Federal (STF), também determinou a perda de seu mandato. No entanto, antes de o cumprimento da sentença ser iniciado, ela deixou o país e, desde então, encontra-se na Itália.

Segundo fontes próximas à investigação, Zambelli está fora do Brasil há quase dois meses. A viagem ao exterior aconteceu em meio às decisões judiciais que a colocaram no centro das apurações sobre atos antidemocráticos e crimes cibernéticos.

A decisão que determinou o bloqueio das redes sociais de Zambelli e seus familiares foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações no STF. Além dos perfis da deputada, também foram derrubadas as contas de sua mãe, Rita Zambelli, e de seu filho.

Discurso de perseguição política - No vídeo publicado neste fim de semana, Carla Zambelli voltou a adotar o discurso de que é alvo de perseguição política no Brasil. “Em tempos sombrios como este, em que sou alvo de uma perseguição política implacável, cada gesto de solidariedade tem um valor imenso”, declarou.

A deputada se junta a um grupo de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro que enfrentam ações judiciais por atos relacionados à tentativa de golpe e à disseminação de ataques contra o sistema democrático e instituições do país.

Enquanto a defesa de Zambelli busca reverter a condenação ou postergar seu cumprimento, aliados políticos tentam apoio internacional para impedir uma eventual extradição da deputada.

Por enquanto, o governo da Itália não se manifestou publicamente sobre o caso, e não há informações sobre qualquer pedido formal de asilo político apresentado por Carla Zambelli às autoridades italianas.

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