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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira (29) na Itália, dias depois de ter sido condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão. A detenção foi confirmada pela Polícia Federal e pelo Ministério da Justiça. A parlamentar estava na lista de procurados da Interpol.

A prisão ocorre menos de um mês após a própria Zambelli afirmar publicamente que não corria riscos no território italiano. Em entrevista à CNN Brasil em junho, ela declarou que, por ter cidadania italiana, seria “intocável” no país europeu, salvo decisão da Justiça local. “Eles vão tentar me prender na Itália, mas eu não temo, porque sou cidadã italiana e lá eu sou intocável, a não ser que a Justiça italiana me prenda”, afirmou à época.
Zambelli deixou o Brasil pouco depois de ter sido condenada pelo STF. A sentença envolve a acusação de que a deputada teria solicitado a um hacker a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com o objetivo de forjar um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. A pena determinada pela Corte foi de dez anos de reclusão em regime fechado.
Com a condenação, Zambelli passou a figurar na lista vermelha da Interpol, o que permite sua prisão em 195 países membros da organização internacional de polícia criminal. A deputada foi localizada em território italiano e presa pelas autoridades locais, em cooperação com as autoridades brasileiras.
Dois dias antes de ser capturada, a parlamentar publicou um vídeo em seu perfil alternativo no Instagram. No vídeo, ela se referiu a si mesma como “exilada política” e disse estar sendo perseguida no Brasil. Na gravação, Zambelli afirmou contar com o apoio de nomes da direita brasileira e italiana para permanecer livre no país europeu.
“Eu queria dizer que hoje acordei com uma notícia muito boa, que é um vídeo do Flávio Bolsonaro falando por mim, pedindo por mim para a Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália, e para o Matteo Salvini, vice-primeiro-ministro daqui. Pedindo para que me recebessem porque sou uma exilada política, sou uma perseguida política no Brasil”, disse.
Com a prisão confirmada, a expectativa agora gira em torno do possível processo de extradição. A cidadania italiana de Zambelli pode ser um complicador, já que o país europeu costuma não extraditar seus próprios cidadãos — embora cada caso seja analisado de forma individual, especialmente em situações envolvendo cooperação jurídica internacional e tratados entre as nações.
O governo brasileiro ainda não se pronunciou oficialmente sobre um eventual pedido formal de extradição, mas a Procuradoria-Geral da República e o Ministério da Justiça devem conduzir o processo nas próximas etapas.
