
A Justiça italiana pode decretar ainda nesta quinta-feira (18) a extradição da ex-deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que está presa em Roma desde junho após deixar o Brasil pouco depois de ter a prisão determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A audiência ocorre na Corte de Apelação de Roma, que considerou alto o risco de fuga e mantém a ex-parlamentar detida desde então.
A defesa de Zambelli busca reverter o pedido de extradição argumentando perseguição política, estratégia reforçada com a renúncia ao mandato anunciada no domingo (14). Aliados acreditam que, sem mandato e com a Câmara dos Deputados tendo rejeitado a cassação, aumentam as chances de obter liberdade provisória e reverter o processo. No entanto, o Ministério Público da Itália já emitiu parecer favorável à extradição, após receber documentação do ministro Alexandre de Moraes (STF).
Durante a audiência, marcada após seguidos adiamentos, os magistrados devem ouvir a defesa e analisar novos documentos, incluindo o relatório da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e informações sobre as condições carcerárias no Brasil. Caso a extradição seja autorizada, Zambelli poderá ser transferida para a Penitenciária Feminina do Distrito Federal, conhecida como Colmeia.
Zambelli foi condenada duas vezes pelo STF: primeiro, a dez anos de prisão por invasão de sistemas do CNJ e falsidade ideológica, em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto; e, na sequência, a mais cinco anos e três meses, por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, ambas em regime inicial semiaberto e com perda do mandato após o trânsito em julgado.
A decisão da Corte de Apelação italiana pode ser publicada ainda hoje ou até sexta-feira (19), mas a defesa ainda pode apresentar novos elementos, o que pode adiar o anúncio. “Não se exclui que novos elementos sejam apresentados”, disse o advogado italiano Pieremilio Sammarco.

