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JUSTIÇA & POLÍTICA

Condenada pelo STF, Carla Zambelli deixa o Brasil e diz que atuará politicamente na Europa

Deputada afirma que foi tornada "bode expiatório" da derrota de Bolsonaro e promete pressionar líderes estrangeiros contra o governo brasileiro

3 junho 2025 - 12h05Juliano Galisi
Carla Zambelli
Carla Zambelli - (Foto: ABrasil)

Condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação na invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou nesta terça-feira (3) que deixou o país. A declaração foi feita durante entrevista ao canal Auriverde Brasil, no YouTube.

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A decisão do STF, tomada por unanimidade em 14 de maio, também determinou a perda do mandato parlamentar. Zambelli não informou o destino exato, mas afirmou que seguirá para a Europa com o objetivo de atuar politicamente contra o governo brasileiro em fóruns internacionais.

Ataque hacker e mandado falso contra Moraes - Zambelli foi condenada por envolvimento direto no ataque cibernético ao sistema do Judiciário, ação coordenada pelo hacker Walter Delgatti Neto. Durante a invasão, foi emitido um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do próprio STF. O documento, incluído no sistema interno do CNJ, continha a frase irônica: “Publique-se, intime-se e faz o L”.

A Polícia Federal apontou que arquivos apreendidos com a deputada coincidem com os utilizados no ataque, o que reforça a suspeita de participação ativa. Segundo os investigadores, a intenção era abalar a imagem do Poder Judiciário brasileiro.

Zambelli também responde por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal, por ter perseguido armada o jornalista Luan Araújo, em São Paulo, um dia antes do segundo turno das eleições de 2022. Câmeras registraram o momento em que a deputada atravessa uma faixa de pedestres com uma pistola em punho, ordenando que o homem se deitasse no chão dentro de um restaurante.

A maioria dos ministros do STF já votou pela condenação nesse caso, mas o julgamento foi suspenso por um pedido de vista do ministro Nunes Marques. A expectativa é que o resultado seja mantido.

O episódio levou à suspensão do porte de armas da parlamentar e à apreensão de três armas, incluindo a pistola usada na ocasião. Um disparo chegou a ser registrado, mas ninguém ficou ferido.

Durante a entrevista em que confirmou sua saída do Brasil, Zambelli se disse perseguida politicamente e afirmou estar sendo usada como “bode expiatório” da derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro. A própria parlamentar mencionou que o ex-mandatário atribuiu parte de sua derrota ao episódio com arma na véspera do segundo turno.

Ela também declarou que pretende atuar como uma espécie de “embaixadora informal” do bolsonarismo na Europa. “O caminho nos EUA já está asfaltado pelo Eduardo Bolsonaro e pelo Paulo Figueiredo. Na Europa, quero falar com o povo francês, italiano, com quem puder lutar por nós”, disse.

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