Grupo Feitosa de Comunicação
(67) 99974-5440
(67) 3317-7890
20 de novembro de 2025 - 19h14
sesi
POLÍTICA

Câmara diz não ter sido avisada de viagem de Ramagem aos EUA

Deputado apresentou atestados médicos por três meses, mas imagens divulgadas mostram que ele estaria em Miami; PSOL pede prisão preventiva por descumprimento de medidas impostas pelo STF.

20 novembro 2025 - 17h00Hugo Henud
Câmara informou que não recebeu aviso sobre viagem de Ramagem, que aparece em imagens nos Estados Unidos.
Câmara informou que não recebeu aviso sobre viagem de Ramagem, que aparece em imagens nos Estados Unidos. - (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

A Câmara dos Deputados informou, nesta quinta-feira (20), que não recebeu qualquer comunicação sobre a saída do país pelo deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). Também não houve pedido de afastamento nem autorização para missão oficial no exterior. O posicionamento veio após a divulgação de imagens que mostram o parlamentar nos Estados Unidos, o que desencadeou nova pressão política e jurídica.

Canal WhatsApp

Segundo a assessoria da Presidência da Câmara, Ramagem apresentou atestados médicos em dois períodos: de 9 de setembro a 8 de outubro e de 13 de outubro a 12 de dezembro. Durante esse intervalo, porém, o site PlatôBR divulgou registros que indicariam que o deputado estaria em Miami, o que motivou o PSOL a pedir sua prisão preventiva.

A sigla acionou a Polícia Federal e solicitou que o caso seja analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No ofício enviado nesta quarta-feira (19), o deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) afirma que Ramagem foi visto em um condomínio de luxo na cidade norte-americana. Para o partido, a viagem representaria risco de fuga e descumprimento das medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes.

Condenado a 16 anos e 1 mês de prisão em regime fechado, Ramagem integra o chamado “núcleo crucial” dos réus por crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado e à abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Em decisão anterior, Moraes havia determinado que todos os investigados do grupo entregassem seus passaportes e permanecessem proibidos de sair do país — medida referendada depois pela Primeira Turma do Supremo.

Ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Ramagem foi condenado por ter criado uma estrutura paralela dentro da agência para monitorar opositores e fortalecer a narrativa golpista. Ele não chegou a ser julgado pelos crimes de dano qualificado relacionados aos atos de 8 de janeiro, já que a Câmara suspendeu essa parte da ação, entendendo que os fatos ocorreram após sua diplomação como deputado federal.

Em nota, a Câmara reforçou:

“A Câmara dos Deputados informa que não foi autorizada missão oficial no exterior para o Deputado Delegado Ramagem, tampouco houve comunicação à Presidência de afastamento do parlamentar do território nacional. Adicionalmente, informa que o Deputado apresentou atestados médicos nos períodos de 9 de setembro a 8 de outubro e de 13 de outubro a 12 de dezembro.”

O caso agora deve ser analisado pelas autoridades competentes, em meio ao avanço das investigações sobre o grupo acusado de tentar minar o processo democrático no país.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop

Deixe seu Comentário

Veja Também

Mais Lidas