
Em reunião com líderes partidários realizada nesta terça-feira (9), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), definiu que a pauta da semana será limitada a projetos considerados de consenso. Com isso, temas polêmicos como a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, a ampliação da isenção do Imposto de Renda e a blindagem de parlamentares contra decisões do Judiciário ficaram de fora da agenda.

A informação foi dada pela líder do PSOL na Câmara, deputada Talíria Petrone (RJ), ao deixar a reunião por volta do meio-dia. “O presidente Hugo reforçou que esta é uma semana de agendas consensuais. Ele não tratou do tema da anistia, apenas reforçou que esta é uma semana de pautas consensuais”, afirmou a parlamentar.
A reunião entre os líderes partidários e o presidente da Casa aconteceu de forma protocolar, sem grandes deliberações. Segundo Talíria, embora a base governista tenha defendido que fosse pautada a ampliação da isenção do Imposto de Renda, esse assunto também não foi tratado como prioridade imediata.
Pautas polêmicas ficam em suspenso
A expectativa era de que, com o avanço de temas como a reforma tributária no Senado, a Câmara retomasse discussões de projetos com forte apelo político e impacto social. No entanto, a escolha por uma agenda mais neutra nesta semana revela cautela da presidência da Casa diante de pautas sensíveis, especialmente a que trata da anistia a acusados de participar de atos antidemocráticos.
A proposta de anistia, defendida por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem encontrado resistência tanto em setores da oposição quanto na base aliada ao governo. A ideia de blindar parlamentares contra ações do Supremo Tribunal Federal e do Ministério Público, ventilada por alguns deputados, também esbarra na divisão interna entre os partidos.
A ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, por sua vez, tem apoio popular e é vista como promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas ainda depende de articulação política para avançar na Câmara.
