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Centrão tenta retomar votação sobre voto secreto em PEC da Blindagem
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (17) a inclusão do voto secreto no processo de autorização para abertura de ações criminais contra parlamentares, dentro do texto da PEC da Blindagem. A medida foi aprovada em menos de um minuto, sob forte protesto de partidos da oposição, após uma articulação entre o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e líderes do Centrão.

A sessão foi aberta às 13h39, mesmo diante de questionamentos de deputados do PSOL e do Novo. Durante a votação, parlamentares pediram que a decisão fosse nominal e cobraram explicações sobre a legalidade da emenda. Os apelos foram rejeitados por Motta, que encerrou a votação às 14h10 e proclamou o resultado sem acatar os pedidos de suspensão.
Deputados contrários à manobra classificaram a votação como irregular. Talíria Petrone (PSOL-RJ) questionou a validade da emenda e pediu votação nominal. Motta, no entanto, respondeu que as demandas não eram cabíveis: “Questão de ordem não é instrumento apto para se arguir questões referentes ao conteúdo da proposição em apreciação pelo plenário seja quanto a sua constitucionalidade, seja quanto ao seu mérito”.
Adriana Ventura (Novo-SP) chamou a votação de “golpe regimental” e afirmou que a decisão comprometeu a imagem do Congresso. “Está dando vergonha, de novo. O orgulho que eu senti desta Casa, agora, eu estou resumindo em uma vergonha enorme desse escárnio. O que estamos fazendo é enterrando a credibilidade do Parlamento e chancelando que, agora, estamos ampliando o foro privilegiado. O combinado era acabar com ele”, disse.
O movimento para aprovar o voto secreto foi articulado ainda pela manhã, após a derrota do dia anterior, quando faltaram 12 votos para manter a medida. Segundo informações de bastidores, o Centrão fechou um acordo com o PT: em troca da aprovação da PEC da Blindagem, partidos do bloco ofereceram apoio aos petistas para derrotar o PL, ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em outras votações no plenário.
O relator da proposta se reuniu com Motta antes da sessão, onde ficou definido que a votação seria acelerada. A estratégia permitiu ao governo e ao Centrão retomar um ponto polêmico da PEC, aprovado sob forte resistência e protestos de parte dos deputados.
