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NACIONAL

Câmara aprova urgência de projeto que classifica facções e milícias como terrorismo

Texto amplia escopo da Lei Antiterrorismo e pode ser votado a qualquer momento; governo dos EUA pediu medida semelhante ao Brasil

27 maio 2025 - 10h45
Plenário da Câmara dos Deputados durante votação que aprovou regime de urgência para proposta que endurece combate ao crime organizado
Plenário da Câmara dos Deputados durante votação que aprovou regime de urgência para proposta que endurece combate ao crime organizado - (Foto: ABrasil)

Proposta que altera a Lei Antiterrorismo para incluir facções criminosas e milícias privadas como organizações terroristas deu um passo importante nesta segunda-feira (27). O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, por acordo, o regime de urgência do Projeto de Lei 1.283/2025, permitindo que o texto vá direto ao plenário, sem necessidade de análise prévia nas comissões.

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O projeto é de autoria do deputado Danilo Forte (União-CE) e altera o artigo 2º da Lei nº 13.260/2016. Pela nova redação proposta, atos cometidos com o objetivo de impor domínio territorial, gerar terror social ou comprometer a paz e a segurança pública passam a ser enquadrados como terrorismo, desde que praticados por milícias ou organizações criminosas.

A proposta também prevê agravantes quando os atos forem realizados por meios cibernéticos.

Pressão internacional e debate interno marcam tramitação - A aprovação da urgência ocorre menos de um mês após os Estados Unidos solicitarem formalmente ao governo brasileiro que adote uma classificação semelhante à usada por Washington, que rotula facções latino-americanas como organizações terroristas. Segundo o autor do projeto, a medida visa dar ao Estado mais instrumentos para combater essas estruturas com o mesmo rigor aplicado a crimes de terrorismo.

“Essa foi a lógica adotada nos Estados Unidos, principalmente durante o governo Trump, que buscou equiparar organizações criminosas ao terrorismo para ampliar o alcance da lei e dos recursos legais disponíveis”, explicou Danilo Forte.

Durante o debate em plenário, o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou que o Executivo apoiou a urgência da proposta, mas ainda não há consenso interno sobre o conteúdo do projeto. “Vamos discutir o mérito com mais profundidade na próxima etapa”, declarou.

Já o presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu a tramitação rápida e ampla discussão: “Vamos priorizar a pauta da segurança pública, com diálogo e respeito à Constituição, mas reconhecendo que o cenário atual é grave e exige medidas duras.”

Deputados da oposição demonstraram apoio à proposta e cobraram celeridade na votação final. O deputado Sanderson (PL-RS) destacou que mais de 80 facções atuam em território nacional e que o Congresso precisa dar uma resposta rápida à sociedade.

“Queremos discutir com o autor do texto e buscar consenso para classificar essas facções como grupos terroristas. O que elas fazem nas comunidades brasileiras é, sim, terrorismo”, disse Sanderson.

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