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06 de outubro de 2025 - 15h46
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POLÍTICA NACIONAL

Troca de farpas entre Caiado e Ciro expõe disputa antecipada pela direita em 2026

Senador ignorou o nome do governador de Goiás em lista de possíveis sucessores de Bolsonaro; resposta veio nas redes sociais

6 outubro 2025 - 12h45Juliano Galisi
Governador de Goiás, Ronaldo Caiado, respondeu críticas de Ciro Nogueira nas redes sociais e se posiciona como opção à Presidência em 2026.
Governador de Goiás, Ronaldo Caiado, respondeu críticas de Ciro Nogueira nas redes sociais e se posiciona como opção à Presidência em 2026. - Taba Benedicto/Estadão Marcos Oliveira/Senado

A corrida presidencial de 2026 ainda está distante, mas já começa a provocar embates entre os principais nomes da direita brasileira. No centro da polêmica deste domingo (5) estão o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), que trocaram farpas públicas após declarações do parlamentar sobre possíveis candidaturas à Presidência.

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Em entrevista ao jornal O Globo, Ciro Nogueira afirmou que os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ratinho Júnior (PSD-PR) são as duas opções “viáveis” para disputar o Palácio do Planalto em 2026. O senador ressaltou, no entanto, que ambos dependeriam do aval do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para se tornarem competitivos.

A declaração, que deixou de fora o nome de Ronaldo Caiado, incomodou o governador goiano, que já se posiciona como pré-candidato à Presidência. Caiado foi direto nas redes sociais ao reagir: “Se Bolsonaro quiser escolher um porta-voz, certamente será um de seus filhos ou sua esposa, Michelle”, publicou no X (antigo Twitter). Em tom crítico, chamou Ciro de “senador de inexpressiva presença nacional” e insinuou que o parlamentar estaria “ansioso” para ser vice na chapa de Tarcísio.

Senador minimiza reação e fala em "polêmica vazia"

A resposta de Ciro Nogueira não demorou. Também pelo X, ele ironizou o tamanho da publicação feita por Caiado e rebateu o ataque com desdém: “Me chamou a atenção a enormidade do tamanho (da postagem). Deve estar com o tempo livre. Eu não. Sobretudo para polêmicas vazias”, escreveu.

Procurado pela imprensa, o governador de Goiás não respondeu às tentativas de contato. Já Ciro manteve suas declarações originais ao jornal e não recuou na escolha dos nomes que, segundo ele, são hoje os mais fortes da direita para 2026.

Candidaturas que dependem de Bolsonaro

Durante a entrevista, o senador piauiense justificou a preferência por Tarcísio e Ratinho citando a baixa rejeição que ambos possuem em comparação com a de Jair Bolsonaro, que enfrenta resistência em setores significativos do eleitorado. Segundo Ciro, o fato de serem ainda relativamente desconhecidos nacionalmente seria um trunfo, pois teriam espaço para crescer na popularidade.

Apesar das projeções, Tarcísio de Freitas tem afirmado que sua intenção é buscar a reeleição no governo de São Paulo. Já Ratinho Júnior surge nos bastidores como uma alternativa da oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas ainda não declarou abertamente qualquer plano de disputar a presidência.

Disputa interna pode fragmentar direita

A tensão entre Caiado e Ciro Nogueira revela um cenário de fragmentação dentro da direita, que busca um nome forte para enfrentar o PT nas próximas eleições presidenciais. Enquanto Bolsonaro ainda é visto como o principal líder do campo conservador, a incerteza sobre sua elegibilidade ou disposição de concorrer em 2026 abre espaço para outras lideranças tentarem se firmar.

Ronaldo Caiado tenta construir uma imagem de independência e experiência política, distante do bolsonarismo puro, o que pode ser uma tentativa de atrair o eleitorado mais ao centro. Por outro lado, nomes como Tarcísio e Ratinho mantêm uma relação mais próxima com o ex-presidente e, segundo analistas, são vistos como opções mais palatáveis para a continuidade de sua agenda.

A movimentação precoce entre lideranças do campo conservador sugere que os próximos meses devem ser de intensas articulações, com discursos afinados para agradar tanto à base bolsonarista quanto ao eleitorado que busca alternativas à polarização atual.

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