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COMBATE A FOME

Brasil sai novamente do Mapa da Fome, segundo relatório da ONU

País está abaixo de 2,5% da população em risco de subnutrição, após avanço de políticas públicas de combate à fome e incentivo à agricultura familiar

28 julho 2025 - 13h45
ONU confirma que Brasil voltou a sair do Mapa da Fome com menos de 2,5% da população em subnutrição.
ONU confirma que Brasil voltou a sair do Mapa da Fome com menos de 2,5% da população em subnutrição. - Foto: Reprodução

O Brasil voltou a ficar fora do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Segundo dados do relatório O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025 (SOFI 2025), divulgados nesta segunda-feira (28) durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU (UNFSS+4), na Etiópia, o país registra agora menos de 2,5% da população em situação de subnutrição.

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Esse índice é o limite estabelecido pela FAO para classificar um país fora do Mapa da Fome, que considera a ocorrência de insegurança alimentar grave de forma contínua na população. O Brasil havia alcançado esse patamar em 2014, mas voltou ao Mapa da Fome entre 2018 e 2020. Agora, com base na média do triênio 2022–2024, o país reverteu a situação.

Avanço alcançado em dois anos

Em nota oficial, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome destacou que a saída do Mapa da Fome foi conquistada em um período relativamente curto, após uma fase crítica em 2022. A nota atribui o resultado a uma série de políticas públicas voltadas para a redução da pobreza e o fortalecimento da segurança alimentar.

“A saída do Brasil do Mapa da Fome é resultado de decisões políticas do governo brasileiro que priorizaram a redução da pobreza, o estímulo à geração de emprego e renda, o apoio à agricultura familiar, o fortalecimento da alimentação escolar e o acesso à alimentação saudável", informou a pasta.

O que é o Mapa da Fome

O Mapa da Fome é um indicador global da FAO que identifica países com mais de 2,5% da população em condição de subnutrição crônica. Estar presente nesse mapa significa que uma parcela relevante da população não tem acesso regular e adequado a alimentos que garantam uma vida saudável e ativa.

Os dados são divulgados com base em médias trienais e têm como referência o indicador PoU (Prevalence of Undernourishment ou Prevalência de Subnutrição, em português). O cálculo leva em consideração três variáveis principais:

  1. A quantidade total de alimentos disponíveis no país (produção interna + importações – exportações);

  2. O padrão de consumo alimentar da população, incluindo desigualdades no acesso por renda;

  3. A necessidade calórica média diária de uma pessoa, estimada com base em características populacionais.

Contexto internacional

O relatório SOFI é produzido anualmente em colaboração entre a FAO, o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Programa Mundial de Alimentos (PMA) e a Organização Mundial da Saúde (OMS). O documento serve como referência global para o monitoramento da fome e da desnutrição e orienta políticas públicas de segurança alimentar.

O fato de o Brasil ter saído novamente do Mapa da Fome é visto por especialistas como um sinal de retomada de políticas integradas de combate à insegurança alimentar, com foco em proteção social, produção local e acesso universal à alimentação adequada.

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