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DIPLOMACIA

Brasil busca vaga plena na Asean para ampliar comércio com Sudeste Asiático

Lula afirma que aproximação com bloco asiático é estratégica para economia brasileira e reforça defesa do multilateralismo

24 outubro 2025 - 13h05
Lula se reuniu com o secretário-geral da Asean e defendeu ampliação do comércio e parcerias com o Sudeste Asiático
Lula se reuniu com o secretário-geral da Asean e defendeu ampliação do comércio e parcerias com o Sudeste Asiático - Foto: Ricardo Stuckert/PR

Durante sua viagem oficial à Ásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (24) que o Brasil está trabalhando para se tornar membro pleno da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). O anúncio foi feito após reunião com o secretário-geral da entidade, Kao Kim Hourn, em Jacarta, na Indonésia.

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A aproximação com o bloco integra a estratégia brasileira de ampliar o comércio exterior, atrair investimentos e fortalecer relações multilaterais. “O Brasil trabalha para ser membro pleno da Asean. O Brasil tem de acreditar na sua economia, nós vivemos um bom momento econômico. Por isso continuo viajando para aumentar a nossa balança comercial, nossa reserva em dólares, nossos investimentos no exterior e também atrair novos investimentos para o Brasil”, afirmou Lula.

Asean é 5º maior parceiro comercial do Brasil - Composta por 10 países membros — e prestes a receber formalmente o Timor Leste — a Asean representa um mercado de 680 milhões de habitantes e já figura como o quinto principal parceiro comercial do Brasil. Em 2023, o comércio bilateral superou US$ 37 bilhões, número que deve continuar em alta com a intensificação das relações.

Durante a reunião com Kao Kim Hourn, Lula destacou o potencial da cooperação em bioenergia e disse que pretende expandir as parcerias para áreas como saúde e educação em 2026. A Asean também terá um pavilhão próprio na COP30, conferência do clima que será realizada em Belém (PA), e deverá criar um grupo de negociação específico no evento.

Segundo o presidente, o objetivo é firmar parcerias que ultrapassem os limites comerciais. “Quanto mais parcerias econômicas nós tivermos, melhor. Mas não apenas econômicas: precisamos de parcerias entre universidades, cientistas, ministros. Não podemos depender de um único país. Quanto mais comércio, melhor será para o Brasil”, afirmou.

Lula também reiterou a defesa do fortalecimento do multilateralismo. “É preciso que a gente fortaleça as instituições que garantem o multilateralismo, para termos uma economia mais sólida, menos protecionismo e um comércio mais livre”, declarou.

Após os compromissos na Indonésia, Lula embarcou para Kuala Lumpur, na Malásia, onde participará da cúpula da Asean e do encontro de líderes do Leste Asiático (EAS). Será a primeira vez que um presidente brasileiro participa dessas reuniões de alto nível.

Além dos encontros multilaterais, Lula também terá uma reunião bilateral com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O tema central deverá ser a recente taxação imposta ao Brasil, além de assuntos geopolíticos envolvendo Venezuela, China e Rússia.

Parcerias com a Indonésia e setor privado - Na quinta-feira (23), Lula foi recebido em visita oficial pelo presidente da Indonésia, Prabowo Subianto. Na ocasião, foram firmados oito acordos bilaterais nas áreas de minas e energia, agricultura, ciência, tecnologia e estatística. Também foram assinados instrumentos de cooperação entre empresas dos dois países, com destaque para projetos de transição energética.

Durante encontro empresarial com cerca de 400 participantes, Lula apontou que o comércio entre Brasil e Indonésia ainda é pequeno diante do potencial de ambos. Em 2023, a balança comercial entre os dois países foi de US$ 6,3 bilhões.

“Falta um pouco mais de entusiasmo dos países, entusiasmo dos nossos empresários. Eu quero agradecer aos empresários brasileiros que vieram. Espero que a gente possa ter um entrosamento mais forte e que possamos sair daqui com uma perspectiva muito positiva para o Brasil”, afirmou.

A aproximação com a Asean reforça a intenção do governo Lula de ampliar o protagonismo internacional do Brasil. Além da presença inédita na cúpula do Leste Asiático, o país sediará a COP30 em novembro de 2026 e articula novas frentes de cooperação com países emergentes e blocos regionais.

Para Lula, o atual cenário global exige “mais competência de negociação e vontade política”. A estratégia de se tornar membro pleno da Asean integra esse esforço de reposicionamento do Brasil no cenário internacional, buscando ampliar sua relevância nas decisões multilaterais e garantir mais acesso a mercados estratégicos.

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