
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos (PSOL), afirmou nesta quinta-feira (30) que pretende permanecer no governo Lula até o fim da gestão, em 2026. Apesar da possibilidade de disputar novamente uma vaga na Câmara dos Deputados, ele disse que ainda não definiu se será candidato nas próximas eleições e evitou antecipar decisões. “Eleição eu vou discutir ano que vem”, disse em entrevista ao UOL News.
 
Caso decida se lançar candidato em 2026, Boulos precisará deixar o cargo no Executivo até o início de abril daquele ano, respeitando o prazo de desincompatibilização exigido pela legislação eleitoral.
Críticas a ataques à democracia e recado a Eduardo Bolsonaro - Durante sua posse, realizada na quarta-feira (29), Boulos declarou que “não tem diálogo com quem ataca a democracia e trai o Brasil”. Questionado sobre a fala, o ministro explicou que se referia à ausência de espaço para “discussões construtivas” com setores políticos que não respeitam os princípios democráticos.
“O que eu disse é que eu vou rodar o Brasil, conversar e ouvir todos os setores da sociedade. Mas nesta conversa de escuta política e discussão construtiva de propostas, não há diálogo possível com quem ataca a democracia e trai o Brasil”, afirmou.
Ele fez uma distinção entre esse tipo de interlocução e o diálogo institucional, que considera parte obrigatória de sua função ministerial.
Como exemplo de figura política com a qual não considera possível debater projetos para o País, Boulos mencionou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). “Esse cara tinha que ter sido cassado. É uma vergonha para o Parlamento brasileiro o Eduardo Bolsonaro continuar recebendo salário e verba de gabinete como deputado”, criticou.
O parlamentar, que está morando nos Estados Unidos desde fevereiro, já acumula 41 faltas em sessões da Câmara.
Avaliação do Congresso: 'despolitizado e desgastado' - Boulos também comentou o ambiente político na Câmara dos Deputados, onde exerceu seu primeiro mandato antes de assumir o ministério. Ele criticou o que chamou de esvaziamento do debate público em função do foco nas emendas parlamentares.
Segundo o ministro, a lógica atual transformou os parlamentares em “espécies de vereadores federais”. “Você trata da questão local, paroquial, específica, e se torna um distribuidor de orçamento a partir das emendas parlamentares. Esse não é o jeito que eu acredito de fazer política. É um ambiente que está muito desgastado e despolitizado”, declarou.
O PSOLista defende maior valorização do debate nacional no Congresso e menos dependência de recursos descentralizados para políticas locais.
 
				
				
				
					
				
				
				
				
				
			 
						
 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									