
Jair Bolsonaro não quer que Flávio Dino e Cristiano Zanin julguem a denúncia contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF). Mas o tribunal já disse não uma vez e pode repetir a resposta.

Nesta segunda-feira (10), a defesa do ex-presidente entrou com mais um recurso, pedindo que o assunto seja decidido pelo plenário do STF, onde os 11 ministros votam – e não apenas pela 1ª Turma, grupo menor que inclui Dino e Zanin. O pedido é uma tentativa de reverter a decisão de Luís Roberto Barroso, presidente da Corte, que já negou o afastamento dos ministros.
A estratégia de Bolsonaro é dizer que Dino não pode julgá-lo porque, quando era ministro da Justiça, entrou com uma queixa-crime contra ele. E que Zanin também deveria ficar de fora, já que foi advogado de Lula e moveu ações contra Bolsonaro na campanha de 2022.
Mas, para o STF, isso não basta. Em fevereiro, Barroso rejeitou a alegação e manteve os dois no julgamento. Agora, a defesa do ex-presidente tenta levar o caso para um debate maior, onde pode ganhar votos de ministros mais alinhados a Bolsonaro, como André Mendonça e Nunes Marques.
O julgamento da denúncia - A denúncia contra Bolsonaro será analisada pela 1ª Turma do STF, formada pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux. Se a maioria votar a favor, o ex-presidente vira réu e passa a responder a um processo criminal.
O julgamento ainda não tem data marcada, mas pode acontecer ainda no primeiro semestre de 2025. Até lá, Bolsonaro e seus advogados continuam tentando ganhar tempo – e votos.
