
Ex-presidente Jair Bolsonaro deve passar por mais um procedimento médico no início da próxima semana para tentar conter as crises persistentes de soluço. A informação foi confirmada pelo cirurgião Cláudio Birolini, responsável pelo tratamento.
O ex-presidente será submetido nesta quinta-feira (25) a uma cirurgia de hérnia inguinal bilateral, com duração estimada entre três e quatro horas. A equipe médica prevê de cinco a sete dias de internação para a recuperação.
Após esse período, os médicos decidirão se será realizado o bloqueio anestésico do nervo frênico, técnica que age diretamente sobre o diafragma. Apesar de não ser o tratamento padrão para soluço, o método está sendo considerado diante da intensidade dos episódios.
Segundo Birolini, a intervenção cirúrgica realizada em abril — que corrigiu hérnias na parede abdominal de Bolsonaro — levou à instalação de uma tela de reforço, reduzindo a elasticidade da região. A consequência foi um aumento da pressão intra-abdominal, que se somou às crises de soluço e agravou o quadro clínico.
“A hérnia inguinal bilateral apareceu como um efeito dessa combinação. A nova cirurgia é necessária para corrigir esse enfraquecimento da parede abdominal, mas ela não interfere nos soluços. Por isso, o bloqueio do nervo frênico está sendo avaliado”, explicou Birolini.
No procedimento, um corte é feito em cada lado da virilha para empurrar a hérnia de volta, suturar a área afetada e aplicar uma tela de propileno, reforçando o tecido da região.
Além dos desconfortos físicos, Bolsonaro também enfrenta sintomas de ansiedade e depressão, segundo seu cardiologista, Brasil Ramos Caiado. “Ele está deprimido, em parte por tudo o que vem enfrentando, e muito ansioso. Isso tem agravado os soluços e comprometido o sono”, afirmou.
Ainda de acordo com o médico, o ex-presidente está medicado para aliviar tanto as crises de soluço quanto o estado emocional.
Bolsonaro está preso por envolvimento em tentativa de golpe de Estado e foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, a realizar o tratamento. Ele foi conduzido pela Polícia Federal ao Hospital DF Star, onde permanecerá sob vigilância constante, com dois agentes na porta do quarto.
Birolini destacou que, após a alta hospitalar, será avaliada a necessidade de cuidados especiais durante a permanência de Bolsonaro na sede da Polícia Federal, em Brasília. “Se necessário, pode ser feita a solicitação de visitas de profissionais de saúde, como enfermeiros ou fisioterapeutas, para garantir o tratamento adequado”, afirmou.

