
Pedido de condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado repercutiu em jornais de diferentes países nesta terça-feira (15). A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou suas alegações finais ao Supremo Tribunal Federal (STF) na segunda-feira (14), apontando que Bolsonaro e aliados organizaram ações sistemáticas contra a democracia, com o objetivo de evitar a transição de poder após as eleições de 2022.

Com base na denúncia formalizada em fevereiro, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirma que o grupo montou uma estrutura organizada com forte influência militar e agiu para deslegitimar o resultado das urnas. As penas somadas podem chegar a até 43 anos de prisão, segundo o documento de 517 páginas.
Repercussão internacional - O jornal espanhol El País deu destaque à notícia com o título: “Ministério Público do Brasil pede a condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado contra Lula”. A reportagem ressaltou que Gonet usou “até o último minuto do prazo” para apresentar o parecer e não alterou os termos da acusação.
Nos Estados Unidos, o Washington Post publicou matéria na manhã desta terça com o título: “Bolsonaro, do Brasil, ecoa Trump ao descrever julgamento por plano de golpe como caça às bruxas”. O jornal também produziu episódio do podcast Post Reports intitulado “Dentro da luta do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro para evitar a prisão”, abordando o processo em curso.
Na Argentina, o Clarín noticiou o pedido com o título: “Jair Bolsonaro foi o líder da trama golpista contra Lula da Silva, diz a Procuradoria do Brasil”. A matéria cita que a acusação conecta diretamente o ex-presidente aos atos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas em Brasília.
O site espanhol El HuffPost, versão local do HuffPost americano, também noticiou o caso com o título: “Procuradoria brasileira pede a condenação de Bolsonaro e de sete de seus antigos colaboradores pela conspiração golpista contra Lula”. A publicação destacou a existência de provas como manuscritos, mensagens e arquivos digitais.
No parecer entregue à Primeira Turma do STF, a PGR acusa Bolsonaro, seu então vice na chapa, o general Braga Netto, e outros aliados de integrarem o que classificou como um “núcleo central de um plano golpista”. Segundo Gonet, o grupo teria incentivado ações para desestabilizar o estado democrático de direito e minar a confiança nas eleições.
A manifestação sustenta que houve tentativa de manter Bolsonaro no poder por meio de ações que iam da desinformação até o planejamento de medidas que fragilizariam as instituições. A acusação se baseia em documentos apreendidos, trocas de mensagens, planilhas e outros registros.
O caso agora será analisado pelo Supremo Tribunal Federal, que deve decidir se acata o pedido de condenação da PGR e leva os acusados a julgamento.
