
Preso há quase um mês na sede da Polícia Federal em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi diagnosticado com duas hérnias inguinais e deverá passar por cirurgia. A informação foi confirmada neste domingo (14) por João Henrique Nascimento de Freitas, advogado que integra a equipe de defesa do ex-mandatário.
Os exames de ultrassonografia foram realizados dentro das dependências da Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, onde Bolsonaro cumpre pena de 27 anos de prisão em regime fechado. Segundo a defesa, os exames indicaram deslocamento na parede abdominal na região da virilha, o que exige intervenção cirúrgica para correção.
“Os médicos recomendaram que ele seja submetido a um procedimento cirúrgico, a única forma de tratamento definitivo para o quadro”, declarou Freitas em publicação nas redes sociais.
O pedido para realização dos exames foi feito pela defesa na última quinta-feira (11), sob a justificativa de caráter de urgência, e autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O procedimento foi descrito como não invasivo, sem necessidade de sedação nem estrutura hospitalar externa.
O médico indicado pela equipe jurídica foi Bruno Luís Barbosa Cherulli, que acompanhou o exame. A defesa afirmou que Bolsonaro vinha relatando dores e incômodos nos últimos dias. Nas redes sociais, o filho do ex-presidente, Carlos Bolsonaro, chegou a publicar um vídeo em que Jair aparece soluçando durante o sono.
Situação prisional
Bolsonaro está preso em cela especial desde o mês passado, após decisão do STF que converteu sua prisão preventiva em pena definitiva. Ele foi condenado por tentativa de golpe de Estado e violação das regras do uso da tornozeleira eletrônica. A pena determinada é de 27 anos de prisão.
Nos primeiros dias de detenção, Bolsonaro chegou a ser mantido sob prisão preventiva, diante do risco de fuga detectado pelos investigadores. Três dias depois, com o encerramento do processo judicial, ele começou a cumprir a pena em regime fechado.
A defesa do ex-presidente deve agora apresentar novo pedido ao Supremo para tratar do encaminhamento hospitalar necessário à realização da cirurgia.

